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Pessimistas, iraquianos vão hoje às urnas

País vota para escolher novo governo, em meio a medo, apatia e amargura; premiê tenta obter terceiro mandato

Clima é bem diferente do ocorrido na última eieição, quatro anos atrás, quando EUA se preparavam para sair

SAMY ADGHIRNI ENVIADO ESPECIAL A BAGDÁ

Na última vez em que o Iraque escolheu parlamentares, em 2010, o país se empolgava com a queda da violência sectária e a perspectiva de melhores nas condições de vida. Quatro anos depois, os iraquianos voltam às urnas num clima de medo, apatia e amargura.

Se a maioria da população parece concordar que a situação se degradou, o Iraque está rachado sobre quem leva a culpa pela piora.

A eleição parlamentar de hoje é amplamente vista como embate acerca do premiê Nuri al-Maliki, que busca terceiro mandato consecutivo.

Num país fragmentado, Maliki se mantém popular junto à maioria xiita (60%), da qual faz parte, principalmente nas camadas mais pobres da população.

Os xiitas dizem que o premiê lhes trouxe dignidade, após décadas de repressão implacável sob regime do ditador sunita Saddam Hussein, derrubado pelos EUA em 2003.

Apoiadores rejeitam acusações de que Maliki acirrou tensões sectárias ao marginalizar aliados sunitas e esmagar protestos populares em regiões a oeste de Bagdá nos últimos meses.

"Quem causa problema são grupos terroristas", diz Jamila al-Kirani, do partido Dawa, de Maliki, reproduzindo o termo oficial para denunciar insurgentes.

Caso não obtenha maioria, o premiê terá de costurar alianças, como fez na última eleição. À época, precisou do apoio de parceiros improváveis, como curdos, sunitas e até rivais xiitas para manter-se no cargo.

COALIZÃO DIFÍCIL

Desta vez, contudo, as apostas são de que Maliki teria mais dificuldade para formar uma maioria, devido à campanha pela qual afastou e atacou aliados a partir da retirada dos EUA, em 2011.

O vice-presidente sunita Tareq Hashemi exilou-se na Turquia para escapar da pena de morte, mas teve assessores assassinados.

Sunitas também sentem-se visados por uma campanha que pretende erradicar um dos mais poderosos grupos ligados à Al Qaeda: o Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isis).

O grupo, que surgiu em meio ao caos na vizinha Síria, imiscui-se nos protestos sunitas contra a suposta discriminação do governo e hoje controla áreas inteiras a uma hora de carro de Bagdá.


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