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EUA irão investigar falha em execução

Condenado à morte, americano agonizou após receber injeção letal

Governo de Oklahoma decide suspender outras sentenças; falta de drogas para execução pode ter causado erro

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

A controversa execução de um prisioneiro condenado à morte em Oklahoma será alvo de uma "investigação independente" para apurar se houve erro na administração da injeção letal.

A suspeita é que os responsáveis pela aplicação tenham usado uma dosagem errada de substâncias.

Segundo o relato oficial e de testemunhas, Clayton D. Lockett, 38, que recebeu a pena de morte pelo assassinato de uma jovem em 1999, agonizou durante boa parte do processo, que demorou 43 minutos, desde a aplicação do sedativo até a morte por parada cardíaca.

A Casa Branca considerou o procedimento, realizado anteontem, questionável.

"Nós temos uma norma fundamental neste país: mesmo quando a pena de morte é justificada, ela deve ser realizada de forma humana", disse o porta-voz do governo, Jay Carney. "Nesse caso, ela ficou aquém disso."

Após o problema registrado na penitenciária estadual, a execução de Charles Frederick Warner, 46, que deveria ocorrer duas horas depois da de Lockett, foi adiada por, pelo menos, duas semanas.

Segundo a governadora do Estado, Mary Fallin, o outro réu --condenado por estuprar e matar uma criança de 11 meses em 1997-- só será executado após sair o resultado da investigação do caso Lockett.

As duas penas de morte já tinham sido adiadas mais de uma vez porque o governo não tinha conseguido obter duas das três drogas necessárias para a injeção.

Sob forte pressão da opinião pública, grande parte das empresas que produzem as drogas passou a "boicotar" as vendas para esse propósito.

Os Estados começaram, então, a buscar drogas alternativas e outras combinações.

No caso de Oklahoma, o Estado diz ter usado o anestésico midazolam, o relaxante muscular brometo de pancurônio --para paralisar os músculos que auxiliam a respiração--, e o cloreto de potássio --para causar a parada cardíaca. A mistura já havia sido testada na Flórida, mas não se sabe se em qual dosagem.

TORTURA

Segundo testemunhas, dez minutos após Lockett receber o sedativo na veia, um médico decretou que ele já estava inconsciente. Foram então aplicadas as duas outras drogas.

O réu, no entanto, começou a se contorcer de dor e tentou até erguer a cabeça e falar. Um dos seus advogados descreveu a cena como "tortura".

Os responsáveis pela execução dizem que um problema na veia de Lockett teria permitido que ocorressem as reações inesperadas.


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