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Putin recua e faz acenos a ucranianos

Presidente da Rússia disse que ordenou retirada de tropas da fronteira e pediu que separatistas adiem referendo

Medo de novas sanções pode ter pesado na decisão; Putin elogiou ainda eleição ucraniana marcada para 25/5

DO "NEW YORK TIMES" DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em um recuo inesperado, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou ontem que ordenou a retirada de forças militares posicionadas junto à fronteira com a Ucrânia e pediu a separatistas pró-Moscou que adiem um referendo de independência marcado para domingo.

Falando no Kremlin, Putin afirmou que a Rússia desejava dar uma chance à diplomacia. "Nós retiramos as tropas. Hoje elas não estão na fronteira da Ucrânia, mas em seus locais regulares de exercício, nos campos de treinamento", disse.

Contudo, pouco após o anúncio, os EUA disseram que não tinham evidências de que as tropas haviam sido realmente removidas.

A Otan (aliança militar ocidental) denuncia a presença de cerca de 40 mil militares russos ao longo da fronteira com a Ucrânia.

Putin, após encontro com o líder da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e também presidente da Suíça, Didier Burkhalter, retirou ainda sua objeção à eleição presidencial ucraniana marcada para 25 de maio. Mas pediu respeito às minorias.

"A eleição presidencial prevista em Kiev, embora seja um passo na direção correta, não decidirá nada se todos os cidadãos da Ucrânia não entenderem como seus direitos serão protegidos depois da realização delas", afirmou Putin.

O presidente russo disse que os gestos tinham como objetivo "dar ao diálogo [entre separatistas e o governo central de Kiev] as condições de que precisa para ter uma chance", segundo ele.

A situação na região está tensa desde fevereiro, quando Viktor Yanukovich, aliado de Putin, foi deposto da Presidência da Ucrânia após protestos populares.

Em reação, Moscou anexou, após um referendo, a península da Crimeia.

Agora, regiões de grande população russa no leste ucraniano ameaçam seguir o exemplo.

Putin pediu o fim das "operações punitivas" da Ucrânia contra grupos separatistas.

O governo de Kiev continuou ontem sua ofensiva contra os rebeldes. Houve confrontos em Donetsk, Slaviansk e Mariupol.

Analistas se dividiam ontem sobre os motivos que levaram ao recuo de Putin, após meses de retórica agressiva. Uma hipótese é de que ele não queira expor seu país a sanções econômicas mais pesadas de EUA e Europa.

Além disso, teria pesado também a reação militar dos últimos dias dos ucranianos e a falta de apetite de Putin por uma invasão neste momento ao leste do país.


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