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Com foco na economia, longa eleição da Índia termina hoje

Votação começou em abril; favorita, oposição promete mais crescimento

Narendra Modi é o mais cotado para ser o novo premiê; atitude com relação a muçulmanos é alvo de desconfiança

PATRÍCIA CAMPOS MELLO ENVIADA ESPECIAL A NOVA DÉLI

Termina hoje a maior eleição do mundo, com a última rodada de votações dos mais de 800 milhões de eleitores indianos. O embate final entre o Partido do Congresso, atualmente no poder, o Bharatiya Janata Party (BJP, Partido do Povo Indiano) e o novato Aam Aadmi Party (Partido do Homem Comum) se dará em 41 distritos de três Estados, Uttar Pradesh, Bihar e Bengala Ocidental.

Nesta eleição, que começou em 7 de abril, serão escolhidos 543 membros do Lok Sabha, espécie de Câmara dos Deputados. O partido que obtiver a maioria, sozinho ou em coalizões --o que é mais provável-- escolhe o premiê.

Diante da grande insatisfação dos indianos com a corrupção e a redução do crescimento do país, as apostas se concentram no polêmico Narendra Modi, líder do BJP, partido de centro-direita.

Modi atraiu milhões de indianos para os mais de 440 comícios que realizou, sendo que parte deles foi feita com hologramas em 3D do candidato.

Para o empresariado indiano e boa parte da população, Modi, 63, vai resgatar a Índia de sua pasmaceira econômica. Nos últimos anos, o crescimento do país desacelerou --3,2% em 2012 e 3,8% no ano passado. A Índia precisa crescer pelo menos 8% para absorver o 1 milhão de trabalhadores que entram no mercado de trabalho todo mês.

Modi consolidou sua imagem de administrador eficiente como ministro-chefe (governador) de Gujarat, que cresce mais que o resto da Índia, e promete implementar política econômica de ênfase ao livre mercado, contrária à tradição estatista da Índia.

"Há muita insatisfação com o atual governo, por sua inércia e corrupção, e muita gente prefere ignorar o passado de Modi, acreditando que ele trará desenvolvimento", disse à Folha Siddhart Varadarajan, pesquisador do Center for Public Affairs and Critical Theory.

Modi era ministro-chefe de Gujarat durante massacre de 2002 que levou à morte de mais de mil pessoas, na maioria muçulmanos. Ele foi acusado de ter incitado hindus à violência. Uma equipe de investigação inocentou Modi, mas muitos a questionaram. Boa parte dos 138 milhões de muçulmanos indianos teme o candidato.

Seu principal oponente é Rahul Gandhi, filho do ex-primeiro-ministro Rajiv Gandhi e neto da ex-primeira-ministra Indira Gandhi. Atacado por Modi como herdeiro de uma dinastia política alienada da população, Rahul, do Partido do Congresso, foi um candidato muito relutante e pouco engajado. Sua irmã, a carismática Pryianka, foi convocada para atuar, na esperança de resgatar o partido.

O terceiro fator é Arvind Kejriwal, do AAP. "O AAP atrai eleitores que estão frustrados com o Partido do Congresso, desconfiam de Modi, e acham que os dois partidos já estiveram no poder e permitiram que a corrupção se alastrasse", diz Varadarajan.

A contagem oficial dos votos só será feita no dia 16, mas são esperados resultados de de boca de urna a partir de amanhã. A grande dúvida é se o BJP obterá mais de 200 vagas na Câmara, o que tonaria mais fácil para o partido formar uma coalizão e ter Modi à frente.


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