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Seca afeta extração de petróleo na Califórnia
Falta d'água no Estado americano leva regiões a vetarem 'fracking'
Em um ano, modelo de exploração usa 87% do volume de água gasto por quatro pessoas, no mesmo período
Os inimigos do método de extração de petróleo e gás natural conhecido como fratura hidráulica, ou "fracking", agora dispõem de um novo argumento: a seca.
Uma operação de fratura hidráulica para explorar um único poço de petróleo na Califórnia consumia água equivalente a 87% do consumo anual de uma família de quatro pessoas, em 2013, de acordo com a Western States Petroleum Association, uma organização setorial.
Esse volume se tornou um tópico delicado desde que o Estado declarou viver uma seca, alguns meses atrás.
Ao mesmo tempo, um projeto de lei que decretaria uma moratória estadual no "fracking" vem angariando apoio no Senado da Califórnia, um ano depois do fracasso de um esforço semelhante.
As companhias de energia extraem petróleo e gás natural de rochas em grande profundidade pelo uso de uma mistura de produtos químicos e grande volume de água em alta pressão, um processo conhecido como fratura hidráulica. Pode-se usar água salobra, mas usar água fresca é mais fácil e barato.
Isso coloca a indústria em disputa contra os agricultores, operadores de pistas de golfe, proprietários de gramados suburbanos e todos os demais usuários de água fresca.
As autoridades do condado de Butte já agiram para proibir o uso de fratura hidráulica em poços de petróleo e gás natural, preparando um plano rapidamente, numa assembleia com inimigos da fratura hidráulica.
A velocidade da decisão surpreendeu os ativistas, que estavam pressionando por regulamentação mais modesta --especialmente porque não existe "fracking" em curso no condado.
Mas seu território abriga o lago de Oroville, o segundo maior reservatório do Estado, que agora contém apenas dois terços do volume de água que costuma ter nesse período do ano.
TERREMOTOS
Além da seca, a atividade sísmica registrada em março em Los Angeles --um terremoto de intensidade 3,6 seguido por outro de 5,1 na mesma noite-- também vem dando impulso aos oponentes do "fracking" e ao argumento de que o uso da técnica é perigoso demais para a Califórnia.
O setor de petróleo e gás natural usa técnicas convencionais de fratura hidráulica na Califórnia há décadas sem consequências sísmicas.
Mas, em outras partes do país, onde companhias usam novas técnicas de "fracking" e perfuração horizontal, com novos coquetéis de produtos químicos, os especialistas vêm investigando se as fraturas hidráulicas causaram terremotos em lugares não conhecidos pela atividade sísmica, como o Oklahoma.