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PIB da Colômbia deve passar o da Argentina

Se previsão do FMI para 2015 for confirmada, colombianos se tornarão a 3ª maior economia da América Latina

Enquanto Colômbia atrai investimento de fora, argentinos sofrem com baixo crescimento e inflação em alta

SYLVIA COLOMBO DE SÃO PAULO

Enquanto os argentinos sofrem diante do software da Afip (Receita Federal) para tentar comprar dólares ou reais que os permitam vir à Copa do Mundo, os colombianos não economizam e disputam os caros pacotes à venda nas agências de Bogotá.

Segundo dados da Fifa, o país andino será o segundo a trazer mais fãs ao Brasil --ao passo que os argentinos, mesmo fanáticos pelo esporte e tendo o craque Lionel Messi em campo, estarão apenas em quarto lugar.

Mais do que termômetro de uma rivalidade futebolística regional, o dado serve para ilustrar um exemplo do otimismo gerado pelo bom desempenho da economia colombiana, de um lado, e da crise argentina, de outro. Os argentinos têm hoje a perspectiva de fechar o ano com uma inflação de 37%.

Estimativas do FMI mostram que o jogo deve mudar ainda mais a favor dos colombianos. Em 2015, é provável que o PIB nominal colombiano (hoje de US$ 387,7 bilhões, segundo estimativa do FMI) passe o da Argentina (atualmente em US$ 404,5 bilhões).

Isso faria do país andino a segunda economia da América do Sul, atrás apenas do Brasil --e a terceira da América Latina, perdendo para brasileiros e mexicanos.

"A Colômbia hoje colhe bons frutos de medidas de longo prazo, investimento em infraestrutura e política fiscal responsável. Isso ficou evidente para o exterior, refletindo em boa propaganda para investidores estrangeiros, que chegam em cada vez maior número, porque veem estabilidade aqui", diz à Folha o economista colombiano Carlos Andrés Gallo, da Universidad de Los Andes.

Em termos de crescimento, a Colômbia deve manter os 4% do ano passado, enquanto a Argentina não deve alcançar nem mesmo a metade disso, um tremendo impacto para um país que manteve taxas na faixa dos 8% durante os anos 2000.

A inflação é outro item no qual os colombianos estão em vantagem, com apenas 2%, diante dos quase 30% dos argentinos, segundo consultorias independentes --nas contas desacreditadas do governo, está em 11%.

Gallo também vê a Aliança do Pacífico como um fator de impulsão da economia colombiana. "Ela nos dá acesso a outros mercados. É uma aliança muito pragmática e pouco política. Creio que essa é a diferença com relação ao Mercosul", afirma.

LADO ARGENTINO

Por outro lado, os argentinos veem essa possível ultrapassagem colombiana como um fenômeno eventual e passageiro, devido a um enfraquecimento típico de um fim de governo --há eleições presidenciais na Argentina no ano que vem.

"Este ano e o próximo não serão bons. Teremos inflação alta, grande diferença entre o dólar oficial e o paralelo, paralisação de algumas atividades, como o setor imobiliário, e mau desempenho com relação a índices sociais. Porém, a perspectiva de um novo governo deve levar a uma recuperação", afirma o economista Marcelo Elizondo.

Como o kirchnerismo não disputa uma nova eleição, o analista argentino acredita que já haverá um ganho à economia só pelo fato da troca de projeto político.

"Ambos os candidatos que se postulam são mais pró-abertura, devem diminuir as políticas protecionistas, por exemplo, e voltar a atrair investidores", diz. Em 2015, devem enfrentar-se dois representantes do chamado peronismo "de direita", o deputado federal Sergio Massa e o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli.


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