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Milícia armada toma Parlamento líbio

Autores do ataque seriam ligados a general Khalifa Haftar; há relatos de disparos e explosões na capital, Trípoli

Forças comandadas por militar também estariam por trás de ação contra islamitas em Benghazi, na sexta

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Homens armados invadiram e pilharam neste domingo (18) o Parlamento interino da Líbia na capital, Trípoli. Havia relatos, não confirmados até a conclusão desta edição, de sequestro de legisladores.

Um coronel que se identificou como porta-voz do Exército, Mokhtar Fernana, anunciou na TV líbia a suspensão do Legislativo.

Era esperado que o Congresso líbio aprovasse, durante a semana, o governo formado por Ahmad Maitiq, novo primeiro-ministro desse país africano. Ele nomeou seu gabinete neste domingo.

Fernana anunciou que o movimento não era um golpe, mas que os atuais parlamentares deveriam entregar o poder a 60 congressistas recém-eleitos para a redação de uma nova Constituição --a que está em vigor, desde 2011, tem caráter provisório.

Também houve um ataque a uma base militar próxima controlada por uma milícia islamita, de acordo com o serviço de segurança do país.

A agência de notícias estatal Lana relatava o fechamento de ruas na região do Parlamento. Houve disparo de munição antiaérea e granadas lançadas por foguetes.

Também na rodovia que liga a capital ao aeroporto ouve relatos de tiros e explosões ao longo do dia e até a madrugada.

MANDANTE

Apesar de haver controvérsia a respeito da identidade dos homens armados, um porta-voz do general aposentado Khalifa Haftar reivindicou o ato. Haftar não reconhece a autoridade legislativa, dividida entre as facções islamitas e suas detratoras, com discordância quanto à formação do novo governo.

O general afirma estar em campanha para impedir o avanço de milícias islamitas no poder. O governo o acusa, por outro lado, de planejar um golpe de Estado no país.

A Líbia vive uma séria crise de poder, desde a deposição e morte do ex-ditador Muammar Gaddafi, em 2011. Desde então, as milícias armadas que operaram o golpe no país tornaram-se um dos principais agentes políticos.

O general aposentado Haftar havia passado um período de exílio nos Estados Unidos. Ao retornar, participou da deposição de Gaddafi. Suas forças dizem que ao menos seis membros do Parlamento foram detidos no domingo.

BENGHAZI

Na sexta-feira (16), as forças de Haftar haviam atacado bases islamitas na região de Benghazi, no leste. O governo central emitiu, na sequência, um comunicado afirmando que o ataque não tinha caráter oficial.

As forças armadas do general aposentado, no entanto, têm se apresentado como o "Exército nacional real" da Líbia. Os ataques de sexta-feira deixaram 40 mortos.

Em desafio ao general Haftar, o Exército regular líbio impôs uma zona de exclusão aérea para a região de Benghazi. Neste domingo, houve disparos perto do aeroporto da cidade.


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