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Exército quer mediar crise na Tailândia, diz general
Objetivo é que lei marcial seja breve no país, afirma comandante militar
Censura atinge 10 TVs; general diz, segundo agência, que tentará não violar 'demais' os direitos humanos
O comandante do Exército da Tailândia, general Prayuth Chan-ocha, declarou nesta terça (20) que a lei marcial anunciada no dia anterior visa obrigar as partes em conflito no país a negociar e resolver a crise, e o objetivo dos militares é que ela seja breve.
A turbulência política na Tailândia se intensificou em novembro de 2013, quando começaram os protestos contra o governo da então premiê Yingluck Shinawatra --irmã e suposto fantoche do magnata Thaksin Shinawatra, ex-premiê, hoje exilado.
Desde então, 28 pessoas foram mortas nos conflitos no país, e cerca de 700 ficaram feridas. No início de maio, a Corte Constitucional tailandesa afastou a premiê Yingluck e nove de seus ministros, acusados de abuso de poder.
A decretação da lei marcial aconteceu um dia depois de o premiê interino, Niwattumrong Boonsongpaisan, recusar-se a sair, resistindo à pressão de um grupo de senadores que pede um novo governo provisório com poderes para fazer reformas políticas.
O chefe do Exército alegou que a censura da lei marcial era necessária para devolver a "paz" ao país. "Não usamos a lei com toda a capacidade. Necessitamos atuar de maneira pacífica e o mais rápido possível. Por isso pedimos a sua ajuda [da imprensa]."
Os militares proibiram a transmissão de dez canais de TV no país, ligados tanto ao governo quanto à oposição.
O comandante do Exército disse que a lei marcial vai durar até que a situação se estabilize. "Não se preocupem. Tudo correrá normalmente. Vamos tentar não violar demais os direitos humanos", afirmou Prayuth, segundo a agência Associated Press.
O diretor da ONG Human Rights Watch para a Ásia, Brad Adams, acusou o Exército de usar uma lei de 1914 para dar um golpe "de fato".