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Países da UE fecham cerco a imigrantes de dentro do bloco

Suíça, que não faz parte do grupo, também aprovou medidas para diminuir fluxo de cidadãos europeus

Imigração é um tema central nas eleições do Parlamento Europeu, cujo resultado deve ser conhecido no domingo

LUISA BELCHIOR COLABORAÇÃO PARA A FOLHA EM MADRI

O estudante espanhol Ignacio Navarro, 23, pesquisava vagas de trabalho em Genebra. Desistiu quando os suíços aprovaram, em referendo, restringir vistos de trabalho para europeus.

Já o administrador Hugo Sánchez, de Valencia, voltou de Londres, após oito meses limpando quartos de hotéis, devido aos benefícios cortados para cidadãos da União Europeia. "Nunca imaginei ser visto desde a perspectiva de um imigrante ilegal", diz Sánchez.

A preocupação com a imigração na UE já não ultrapassa os limites do bloco. Como nos casos suíço e inglês, governos e partidos europeus têm tentado limitar a entrada de cidadãos do próprio bloco, onde a diferença de renda entre países do sul e do norte cresceu com a crise.

A imigração é um dos principais temas das eleições para o Parlamento Europeu, cujo resultado deve ser conhecido neste domingo (25). A expectativa é que partidos nacionalistas, com discurso anti-imigratório, terão desempenho expressivo em vários dos 28 países-membros.

Antes mesmo do polêmico referendo na Suíça, no qual uma apertada maioria de 50,3% votou pela restrição de trabalho aos europeus, o governo do Reino Unido já havia anunciado, sem consulta popular, plano para limitar a 75 mil os vistos de residência concedidos a cidadãos do bloco a que pertence. O mesmo querem fazer deputados da Bavária, na Alemanha.

Até a Espanha, o único país do bloco a abrir voluntariamente as portas a cidadãos romenos em 2008, voltou atrás e, em 2011, deixou de emitir vistos a eles.

Desde janeiro deste ano, romenos e búlgaros passaram a ter as portas abertas dentro da União Europeia, como parte do acordo dos países para integrar o bloco.

Ambas as nacionalidades foram o foco da proposta aprovada pelos suíços, que se estende aos demais europeus. Embora a Suíça não faça parte da UE, seu governo negociava com o bloco a livre circulação de pessoas.

"Não somos contra nenhum país específico, é apenas o número de imigrantes que já não é tolerável na Suíça. Nosso país tem 100 mil novos trabalhadores a cada ano. O que queremos é regular e, como país independente da UE, queremos ter o direito de fazer isso", disse à Folha o deputado e vice-presidente do Partido Popular suíço, Luzi Stamm, um dos autores da proposta.

Mas até dentro dos limites do bloco as restrições já se traduzem em cartas de expulsão a europeus. Em 2013, cerca de 2.700 cidadãos da UE, a maioria espanhóis, romenos e búlgaros, receberam do governo da Bélgica avisos de que deveriam deixar o país onde estavam vivendo, segundo o próprio governo.

Os belgas se apoiam em uma diretiva da UE, de 2004, segundo a qual "pessoas exercendo seu direito de residência não devem, contudo, tornar-se uma carga não razoável ao sistema de assistência social do Estado membro de acolhida durante período inicial de residência".

Após três meses, os países podem fixar condições para o direito à residência de cidadãos do bloco. Quem não estiver trabalhando há seis meses deve comprovar meios financeiros de se manter.


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