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EUA ficarão no Afeganistão após saída oficial

Obama promete manter 9.800 militares no país, um terço do atual efetivo, depois do fim de 2014, data da retirada

Grupo treinará forças afegãs e fará operações de contraterrorismo; em troca, EUA exigem acordo sobre segurança

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

O presidente Barack Obama anunciou nesta terça (27) sua decisão de manter 9.800 militares dos EUA no Afeganistão após a retirada oficial das tropas americanas, no fim de 2014. O grupo seguirá no país para treinar as forças afegãs e para operações pontuais de contraterrorismo.

O número representa menos de um terço do atual efetivo, de 32.800 soldados. Segundo Obama, até o fim de 2015, metade dos 9.800 retornarão para casa. A retirada total ocorrerá até dezembro de 2016, seu último ano de mandato. Depois, ficarão só os funcionários que manterão a segurança da embaixada em Cabul, como é hoje em Bagdá, capital do Iraque.

"É hora de virar a página após mais de uma década em que grande parte da nossa política externa esteve focada nas guerras no Afeganistão e no Iraque", disse Obama.

O presidente ressaltou que o Afeganistão "não se tornará um lugar perfeito". "E não é responsabilidade dos EUA fazê-lo. O futuro do Afeganistão tem que ser decidido pelos afegãos", acrescentou.

A expectativa já era que o efetivo dos EUA no Afeganistão caísse, até dezembro, para cerca de 10 mil militares ""o mínimo exigido pelas Forças Armadas para treinar os soldados afegãos.

Obama, contudo, esperou para fazer o anúncio a menos de um mês do segundo turno das eleições no Afeganistão, em 14 de junho, e frisou que as tropas só serão mantidas se o próximo presidente assinar o acordo bilateral de segurança, que prevê proteção legal às tropas dos EUA.

O atual mandatário, Hamid Karzai, recusou-se, até agora, a ratificar o texto. Os dois candidatos a sucedê-lo já se comprometeram com o governo americano em assinar.

No último domingo (25), Obama fez uma visita-surpresa às tropas da base de Bagram, no Afeganistão, e prometeu dar um "fim responsável" à mais longa guerra dos EUA --até o fim de 2016, terão sido 15 anos. Na ocasião, não se encontrou com Karzai.

Segundo a Casa Branca, ele teria conversado com o afegão na manhã desta terça, antes do anúncio. Também telefonou para os premiês David Cameron, do Reino Unido, e Matteo Renzi, da Itália, e para a chanceler alemã, Angela Merkel --líderes de importantes países da Otan (aliança militar ocidental).

BOA RECEPÇÃO

O anúncio foi bem recebido inclusive por opositores nos EUA. O presidente da Câmara, o republicano John Boehner, elogiou a decisão sobre os 9.800, mas disse que as próximas retiradas devem ter por base as recomendações dos comandantes, e não "um número arbitrário decidido em Washington".

O efetivo de 9.800 está bem próximo da recomendação feita pelo comandante das tropas estrangeiras no Afeganistão, Joseph Dunford Jr.


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