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Irlanda encontra 796 esqueletos de bebês

Historiadora descobriu que corpos encontrados ao lado de um convento eram de recém-nascidos que viviam ali

Entre as causas das mortes estão maus tratos, sarampo e desnutrição; políticos pedem investigação

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Quase 800 esqueletos encontrados ao lado de um antigo convento católico da cidade de Tuam, na Irlanda, eram de bebês que viviam no local, segundo uma descoberta anunciada nesta quarta-feira (4).

Os corpos de 796 bebês foram enterrados sem caixão ou lápide, em uma fossa séptica de cimento.

"Alguém havia mencionado a existência de um cemitério para recém-nascidos, mas o que encontrei é muito mais que isso", declarou a historiadora Catherine Corless, responsável pela descoberta. Ela disse que os bebês tinham a partir de três meses de idade.

Corless investigou os arquivos do antigo convento de Tuam, que abrigou jovens mães solteiras entre 1925 e 1961. Depois, o local foi transformado e atualmente abriga um condomínio.

Os corpos foram encontrados por moradores em 1975, mas eles sempre acharam que eram de vítimas da Grande Fome, que matou milhares de irlandeses no final do século 19.

A Fome, um dos episódios mais importantes da história do país europeu, impulsionou a grande diáspora irlandesa para locais como os Estados Unidos.

Segundo Corless, os recém-nascidos teriam sido enterrados de maneira secreta pelas freiras pertencentes à ordem do Bom Socorro, que cuidavam do convento.

Entre as causas de morte estão desnutrição, pneumonia, sarampo, tuberculose e maus-tratos.

Na Irlanda, país com forte tradição católica, mães solteiras sofreram estigma social durante grande parte do século 20, o que pode ter contribuído para que seus bebês fossem negligenciados.

"Muitas das revelações são profundamente perturbadoras e nos lembram de um passado obscuro da Irlanda, quando nossas crianças não eram amadas como deveriam", disse Charlie Flanagan, ministro irlandês para Assuntos da Juventude.

Parentes de crianças que nasceram na instituição anunciaram que vão entrar na Justiça.

Políticos pediram que seja aberta uma investigação sobre o caso.

Também foi formado um comitê para arrecadar dinheiro e fazer um monumento em homenagem as crianças.

O arcebispo de Tuam, Michael Neary, disse que vai participar da missão.


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