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100 anos da 1ª Guerra

Conflito foi o 1º marcado pela tecnologia

Aviação, submarinos, artilharia em massa e guerra química estrearam no confronto global que durou de 1914 a 1918

Outras invenções, como tanques, teriam maior presença na 2ª Guerra; no fim de 1914, frente de batalha congelou

RICARDO BONALUME NETO DE SÃO PAULO

A Primeira Guerra (1914-1918) foi intensamente marcada pela ciência e tecnologia, a ponto de muitas inovações que estrearam no conflito ou foram aperfeiçoadas para ele serem usadas até hoje.

Foi, lembra o historiador John Terraine, a primeira guerra da aviação; dos submarinos, que revolucionaram a guerra naval; do motor de combustão interna; do telégrafo sem fio; da artilharia em massa; da guerra química (gases venenosos e lança-chamas); da administração e suprimento de milhões.

O verdadeiro começo do século 20 foi em 1914.

Agosto foi um mês fundamental. Os alemães impuseram fragorosa derrota à Rússia em Tannenberg. Foi o primeiro dos grandes fracassos militares russos, que ajudariam a levar à revolução de 1917. A oeste, os alemães foram barrados em duas batalhas em 1914, Marne e Ypres.

Mas a tecnologia também causou a paralisia do conflito. Depois dos combates iniciais, em movimento, a frente de batalha congelou --literalmente e na analogia-- em dezembro do mesmo ano.

Os soldados estavam então confinados em trincheiras geladas espalhadas da fronteira franco-suíça até o mar do Norte. O ataque era dificílimo, pois eles tinham de avançar em campos de batalha cobertos de arame farpado e varridos pelos tiros de metralhadora e da artilharia.

Em Verdun, em 1916, alemães e franceses duelaram por um terreno sem grande significação militar. A batalha, a maior da guerra, foi indecisa, mas não antes de os dois lados terem mais de 700 mil mortos e feridos.

O impasse se arrastaria até 1918. Em todo esse período, o sacrifício de milhões de soldados foi feito para avanços de no máximo 15 km.

A produção em massa tornou o campo de batalha um pesadelo. Em Waterloo (1815), os 366 canhões de Napoleão tinham cerca de 20 mil balas à disposição --geralmente bolas sólidas de ferro. Para o ataque no Somme, em 1916, os britânicos armazenaram 2,96 milhões de granadas explosivas de artilharia.

A artilharia fez a maior parte das vítimas. Segundo o historiador John Keegan, apenas 1% dos ferimentos era por baioneta. Em geral as balas causavam 30% dos feridos e o resto era obra das granadas.

Os tanques foram criados como modo de transpor trincheiras e arame farpado sob o fogo de metralhadoras.

Não chegaram a ter impacto decisivo na Primeira Guerra como teriam na Segunda porque chegaram tarde, mas nas ações mais importantes de que participaram, como em Cambrai, em 1917, fizeram avanços significativos.

GUERRA NO MAR

O "atrito" mais grave no mar foi a guerra submarina. Em 1917, os alemães começaram um confronto submarino irrestrito, que por pouco não tirou o Reino Unido da guerra --o país era asfixiado pelo afundamento dos navios mercantes que lhe traziam comida e munição do resto do mundo, principalmente das Américas.

O afundamento irrestrito de navios fez países neutros entrarem em guerra com a Alemanha, como os Estados Unidos e o Brasil.


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