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Banco dos Brics é uma reação à inércia do FMI, diz embaixador

Instituição será criada em cúpula no Brasil, na semana que vem

SAMANTHA LIMA DO RIO

O subsecretário geral de assuntos políticos do Ministério de Relações Exteriores, embaixador José Alfredo Graça Lima, disse que o banco de desenvolvimento e o fundo de socorro que estão sendo criados pelo Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) são uma resposta à falta de mudanças do FMI (Fundo Monetário Internacional).

A criação oficial das duas instituições será anunciada na 6ª Cúpula dos Brics, que acontece nos dias 15 e 16, em Fortaleza e Brasília, com a presença dos chefes de Estado dos cinco países.

"Os países do Brics têm propostas de reforma do FMI que não estão podendo ser atendidas por razões bastante conhecidas. De certa maneira, a criação do arranjo e do banco atende a essa necessidade", disse, em entrevista coletiva no Rio de Janeiro sobre os preparativos para a cúpula. "Mas não apenas isso. À medida que o banco e o arranjo são espelhos do Banco Mundial e do FMI, mostram a capacidade dos Brics de não depender apenas dessas instituições".

Em 2010, o FMI aprovou reformas que visam dar maior peso a países emergentes, em detrimento das economias desenvolvidas, que perderam espaço no cenário mundial com a crise de 2008.

As mudanças, porém, encontram resistência justamente nos países que perdem espaço --o Congresso dos EUA não aprovou até agora a reforma no organismo.

O embaixador pediu "paciência" com a definição do papel político do grupo e diz que tais cobranças são "indevidas".

"É preciso ter clareza do que os Brics não são. Não são uma organização internacional, não são união aduaneira nem área de livre-comércio, mas é um mecanismo que tem se mostrado útil para a colaboração e consulta dos países-membros. Serve para eles se conhecerem melhor e serem elemento capaz de prover maior interdependência global, o que é extremamente importante",afirma.

Segundo Graça Lima, a Declaração de Fortaleza, documento resultante do encontro, tem cerca de 50 parágrafos, e sua versão preliminar já está em análise pelas lideranças que representam cada país junto ao grupo. A ideia é que no dia 14 --véspera da cúpula-- já haja uma versão final.

"Essa declaração cobre as questões discutidas ao longo da presidência sul-africana [em vigor desde 2013], e os líderes terão oportunidade de rever os progressos até agora, de forma a dar alinhamentos novos para o futuro", diz.


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