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Com medo, palestinos abandonam casas

Milhares procuram abrigo em escolas da ONU ao sul da faixa de Gaza em reação a alertas do Exército israelense

Operação de combate a extremistas islâmicos chega ao sexto dia com ao menos 166 mortos e mais de mil feridos

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Milhares de palestinos deixaram a região norte da faixa de Gaza neste domingo (13) depois de terem recebido um alerta do Exército israelense a respeito de um futuro bombardeio aéreo na região.

O aviso veio por meio de panfletos que foram lançados por Israel sobre a cidade de Beit Lahia. "Aqueles que não cumprirem com as instruções de saírem imediatamente irão pôr suas vidas e as de seus familiares em perigo. Cuidado", afirmava o comunicado.

Na sequência, cerca de 10 mil pessoas chegaram a bordo de carros, táxis e até burros em busca de refúgio nas escolas geridas pela ONU na Cidade de Gaza, ao sul do território palestino. "O que podíamos fazer? Tivemos que fugir para salvar a vida de nossos filhos", disse Salem Abu Halima, 25.

Cerca de 300 palestinos que possuem dupla cidadania também deixaram Gaza em direção a outros países.

O movimento radical islâmico Hamas, que governa a faixa de Gaza, afirmou, via rádio, que os avisos israelenses não passam de "arma psicológica" e que quem os respeita está "ajudando o inimigo".

Do outro lado, um militar israelense contou a repórteres que o Exército iria atacar com força a área. "O inimigo construiu infraestrutura para foguetes entre as casas", afirmou. "Ele quer que um ataque machuque civis."

Esta é a primeira vez, na atual operação anti-Hamas --batizada de Margem Protetora-- que Israel exige uma retirada coletiva de palestinos. Os avisos anteriores, feitos por telefone, tinham sido individuais, destinados a casas.

Neste domingo, a ofensiva israelense sobre Gaza chegou ao sexto dia com um balanço de ao menos 166 palestinos mortos e mais de 1.100 feridos. Segundo estimativas da ONU, 77% desses mortos eram civis.

Desde o início da operação, na última terça (8), o Hamas e outro movimento radical islâmico, a Jihad Islâmica, lançaram mais de 800 foguetes em direção a Israel que deixaram dez pessoas feridas.

PRESSÕES

Líderes internacionais têm pressionado Israel por um cessar-fogo na região.

O Conselho de Segurança da ONU pediu um fim nas hostilidades dos dois lados. Além disso, chanceleres de Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido se reuniram em Viena, para discutir uma possível trégua.

No entanto, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, diz não cogitar uma desmobilização neste momento.

Em uma entrevista à rede de TV americana CBS, Netanyahu defendeu a operação e pediu ao público americano que imaginasse que 80% da população dos EUA estivesse sob risco de ser atacada por foguetes. "É isso que estamos experimentando agora, enquanto falamos", disse o premiê.

O atual conflito começou em junho, com o desaparecimento de três jovens israelenses, depois encontrados mortos. Israel acusa o Hamas do crime e gerou revolta ao provocar a morte de outro jovem, palestino.


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