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Atentado suicida no Afeganistão mata 89
Ataque ocorrido em movimentado mercado no leste do país é o pior desde a invasão norte-americana, em 2001
País vive escalada de violência após suspeita de fraude na eleição presidencial, realizada no mês passado
Pelo menos 89 pessoas morreram e 42 ficaram feridas em um ataque suicida cometido em um mercado na província de Paktika, no leste do Afeganistão, segundo o porta-voz do ministério de Defesa, Zahir Azimi.
É o pior ataque a civis no país desde a invasão norte-americana em 2001, após os atentados de 11 de Setembro.
O porta-voz disse que a explosão aconteceu por volta do meio-dia (hora local) desta terça-feira (15) e que entre os mortos há um grande número de mulheres e crianças. Várias lojas e casas ao redor do mercado, no distrito de Urgun, foram atingidas.
O porta-voz do ministério do Interior, Sediq Sediqi, confirmou o ataque e disse que os explosivos haviam sido colocados em um caminhão que a polícia tentou parar, mas sem sucesso.
Os hospitais da região ficaram sobrecarregados, e diversas vítimas foram transferidas para a capital, Cabul.
"Foi um ataque suicida muito brutal contra pobres civis. Não há nenhuma base militar por perto", disse o chefe administrativo do distrito de Urgun, Mohammad Reza Kharoti.
A missão da ONU no país afirmou que relatórios iniciais "sugerem que o suicida detonou os explosivos prematuramente após a polícia tê-los detectado no veículo".
Testemunhas dizem que o motorista estava em um caminhão e atingiu outros dois veículos estacionados perto do mercado, levando a polícia a abrir fogo. Então a explosão aconteceu.
O atentado não foi reivindicado, mas os insurgentes talebans são responsáveis por vários ataques suicidas no Afeganistão.
A província de Paktika, um dos refúgios dos talebans da rede Haqqani, fica na fronteira com as zonas tribais do Paquistão, onde o exército executa uma ofensiva há um mês contra rebeldes islamitas.
Horas antes, também na manhã desta terça (15), dois empregados do Palácio Presidencial morreram e sete ficaram feridos na explosão de uma bomba durante a passagem do veículo no qual viajavam nos arredores de Cabul. A autoria do ataque foi assumida pelo Taleban.
FRAUDE ELEITORAL
A escalada de violência no Afeganistão ocorre após o segundo turno das eleições presidenciais, realizado no mês passado, e pouco antes da retirada das tropas americanas do país, programada para o fim deste ano.
Resultados não oficiais mostram o ex-ministro das Finanças, Ashraf Ghani, bem à frente do ex-ministro das Relações Exteriores, Abdullah Abdullah.
Como ambos os lados alegam fraude no pleito, um acordo intermediado pelo secretário de Estado americano, John Kerry, prevê uma auditoria internacional da eleição nas próximas semanas.
