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Israel planeja ampliar ataque contra Gaza
Premiê alertou para possibilidade de 'ampla e significativa' ofensiva no território palestino, já invadido por terra
Soldados entraram por vários pontos de Gaza; ao menos 30 palestinos e um militar israelense morreram nesta sexta
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, pediu nesta sexta-feira (18) aos militares que "se preparem para a possibilidade de uma ampla e significativa" ofensiva na faixa de Gaza, embora "não haja garantia de 100% de sucesso".
Em comunicado transmitido pela televisão, ele defendeu a operação Margem Protetora. "Escolhemos fazer essa operação depois de esgotar outras opções e entendendo que, sem ela, o preço a pagar seria muito maior."
Ao menos 30 palestinos e um soldado israelense morreram nas últimas horas. Os palestinos afirmam que o número de civis mortos chega a 58. O militar morto foi o sargento Eitan Barak, 20, provavelmente por fogo amigo. Israel disse que ele morreu durante combate com o Hamas.
A operação terrestre começou na quinta-feira (17) à tarde, apesar dos apelos da comunidade internacional ao governo de Israel para tentar evitar as vítimas civis.
Desde o início da ofensiva, há 11 dias, ao menos 280 palestinos morreram --do lado israelense, há 2 mortos.
A maioria dos confrontos aconteceu no sul do território de 360 quilômetros quadrados, em Khan Yunis e em Rafah, e na região norte, perto da fronteira com Israel.
No norte de Gaza fica Beit Lahya, onde vive o jornalista Ahmed Balousha, 24. Ele descreveu à Folha a situação na cidade. "Todos sentem cheiro de gás vazando, o som das bombas e as casas vibrando com as explosões", afirma. "Pediram para sairmos de nossas casas, mas não temos para onde ir."
O posto de fronteira israelense de Erez, único ponto de passagem para pedestres, foi fechado. A maior parte de Gaza ficou sem energia.
O objetivo principal das tropas terrestres, que entraram por vários pontos na faixa de Gaza --delimitada por Israel, Egito e pelo mar Mediterrâneo-- é destruir os túneis subterrâneos de contrabando construídos pelo Hamas, que controla o território, para introduzir mercadorias, dinheiro e armas.
Segundo o Exército, cinco túneis já foram destruídos, 100 locais foram atingidos e 14 membros do Hamas foram "neutralizados".
ONU
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, chega a Israel neste sábado (19) para negociar um cessar-fogo. A operação por terra começou após trégua humanitária de cinco horas na quinta-feira (17).