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Começa julgamento de opositor venezuelano
Leopoldo López é acusado de incitação à violência em protestos
Preso desde fevereiro, líder do partido Vontade Popular pode ser condenado a pena de até 10 anos de prisão
Começou nesta quarta-feira (23) o julgamento do opositor venezuelano Leopoldo López, acusado de incitação pública à violência e conspiração em protestos antigoverno dos quais participou e ajudou a organizar em fevereiro.
López está preso desde o dia 18 daquele mês, quando se entregou à polícia, acompanhado de milhares de simpatizantes. Ele cumpre pena na penitenciária militar Ramo Verde, perto de Caracas.
Líder do partido Vontade Popular, López convocou a primeira de diversas manifestações que aconteceram por três meses na Venezuela. Os atos foram marcados pela violência e terminaram com saldo de 43 pessoas mortas.
Ele também foi acusado de associação criminosa, danos à propriedade e incêndio. Se considerado culpado pela Justiça, pode ser condenado a até 10 anos de prisão.
A equipe de advogados de López acredita que o julgamento pode durar meses.
Os advogados ameaçaram não comparecer ao tribunal por supostas irregularidades, mas se apresentaram, sem deixar de dizer que faltam condições para um julgamento "justo e constitucional".
A defesa disse que o tribunal recusou provas e testemunhos que comprovariam a inocência de López.
"Não pudemos nem vamos poder provar a inocência de Leopoldo se esse julgamento começa nestas condições de indefensabilidade", disse Juan Carlos Gutiérrez, um dos advogados do político.
Economista de Harvard, Leopoldo López promoveu manifestações com o lema "A Saída", para pressionar o presidente Nicolás Maduro a renunciar ao cargo.
Maduro considerou a atitude como uma tentativa de golpe de Estado.
Mais de 200 simpatizantes de López foram à frente do tribunal para demonstrar apoio.