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Cessar-fogo em Gaza dura poucas horas

Israel acusa Hamas de matar dois soldados e sequestrar tenente; em retaliação, faz ataques que matam 129 civis

Para Obama e ONU, fim da trégua é culpa do grupo radical palestino, que diz que o militar de Israel pode ter morrido

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O cessar-fogo entre Israel e o grupo radical palestino Hamas, que deveria ter sobrevivido até a manhã de segunda (4), não resistiu e foi quebrado nas primeiras horas após ter entrado em vigor.

Nesta sexta (1º), o Estado judaico e o Hamas trocaram acusações sobre quem teria violado a trégua, iniciada às 8h locais (2h em Brasília).

Para o Estado judaico, os palestinos romperam o acordo às 9h30, ao atacar um grupo de soldados que destruía túnel clandestino perto de Rafah, sul da faixa de Gaza.

Na versão israelense, os militantes das Brigadas al-Qassam (braço armado do Hamas), sendo um deles homem-bomba, entraram em confronto com soldados.

Após o militante palestino detonar a bomba, dois militares morreram. Ao fim do combate, os israelenses perceberam que haviam perdido o tenente Hadar Goldin, 23.

O Exército de Israel diz que o Hamas sequestrou o militar. Na sexta à noite, o braço armado da facção disse não saber o paradeiro de Goldin e acrescentou que ele pode ter sido morto no combate.

"Perdemos contato com os combatentes que participaram da emboscada e acreditamos que foram todos mortos no bombardeio [de Israel]. Supondo que tenham capturado o soldado no combate, avaliamos que ele também pode ter sido morto no incidente", diz a nota do Hamas.

Por volta das 11h, os militares fizeram bombardeios aéreos e uma incursão terrestre em Gaza, o que, segundo o Exército de Israel, fazia parte de uma grande ofensiva para encontrar o tenente.

Na opinião do Hamas, este foi o momento em que o cessar-fogo foi quebrado. O governo de Gaza declarou que 129 pessoas morreram nos ataques desta sexta.

Em comunicado, o grupo nega ter rompido o cessar-fogo e diz que o confronto entre as Brigadas al-Qassam e os soldados israelenses aconteceu às 7h, uma hora antes de entrar em vigor a trégua.

"A resistência agiu em nome do direito a se defender para pôr fim ao massacre de nosso povo", disse o porta-voz do Hamas, Fawzi Barhum. O grupo acusa Israel de usar o caso para justificar o ataque.

MEDIADORES

Para os mediadores do acordo que levou ao cessar-fogo, a culpa é do Hamas.

O secretário de Estado americano, John Kerry, considerou a ação do grupo palestino afronta ao acordo. Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se disse "chocado e decepcionado". Ele e Kerry haviam assinado a trégua na noite de quinta (31).

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse ser "muito difícil" o cessar-fogo voltar se Israel e a comunidade internacional não tiverem confiança de que o Hamas o cumprirá. Para ele, o Estado judaico enfrenta um dilema ao ter que atacar os militantes palestinos e não atingir civis.

"O Hamas toma essas incríveis ações irresponsáveis quando muitas vezes lança foguetes bem no meio de bairros residenciais, e a população civil de Gaza não pode fazer nada contra isso. Essas ameaças são intoleráveis."

Na sexta à noite, o Congresso dos EUA aprovou destinar mais US$ 225 milhões ao sistema israelense de defesa antimísseis. Já aprovada pelo Senado, a liberação deverá ser sancionada por Obama.

Desde 8 de julho, 63 israelenses e 1.459 palestinos morreram. É o conflito mais mortal desde o Hamas assumir o poder em Gaza, em 2007.


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