Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Não acredito mais em dois Estados, diz Pereira Coutinho

Em sabatina, escritor português diz que Israel negociar com Hamas é impossível

DE SÃO PAULO

Em sabatina realizada pela Folha nesta segunda-feira no MIS (Museu da Imagem e do Som) em São Paulo para apresentar o seu livro "As Ideias Conservadoras" (Três Estrelas, 2014), o escritor português João Pereira Coutinho disse que não vê mais uma solução de dois Estados para o conflito em Israel, e que já não tem uma resposta para a situação na região.

"Não acredito mais na solução de dois Estados, nem de três (com duas Palestinas, uma em Gaza e outra na Cisjordânia) e nem de um Estado binacional, o que poderia levar a uma guerra civil como na Iugoslávia".

Questionado pelo jornalista Morris Kachani sobre o motivo da radicalização à direita do governo israelense, Coutinho disse que a retirada unilateral de Gaza em 2005, apoiada pelos trabalhistas, aumentou a instabilidade na região e a insegurança em Israel, o que levou ao descrédito do partido.

Sobre o atual conflito, o escritor criticou o Hamas, afirmando que não se trata de uma negociação sobre questões concretas, como fronteiras. Para Coutinho, Israel enfrenta uma situação complicada ao ter de negociar com um grupo cujo programa tem como um dos alicerces "Os Protocolos dos Sábios de Sião", documento forjado no final do século 19 que atribuía aos judeus um suposto plano de dominação do mundo.

CONSERVADORISMO

Para Coutinho não existem partidos conservadores-liberais nem em Portugal, nem no Brasil --"no máximo de centro-direita". Segundo escritor, em ambos os países, ser chamado de conservador "é uma ofensa".

Ele diz que isso é consequência de tanto Brasil quanto Portugal terem passado por períodos recentes de autoritarismo, com a ditadura militar e o salazarismo, e que nos dois países prevalece uma cultura patrimonialista.

Para o escritor, é salutar para as democracias ter um equilíbrio entre posições.

"Pularia pela janela em um país que só tivesse conservadores, assim como em um país só com progressistas".


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página