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Moradores voltam para casas destruídas

JASON BURKE DO "GUARDIAN", EM RAFAH

Quando Hanan al-Qaq chegou à sua casa, por volta das 11h da terça-feira (5), percorreu os cômodos cobertos de pó e fragmentos de bombas, andando sobre os restos de portas e janelas despedaçadas.

"Pelo menos a casa ainda está aqui", suspirou a professora de 42 anos. "E pelo menos nós ainda estamos, por pouco."

Depois de várias tréguas infringidas, as pessoas já aprenderam a não nutrir muitas esperanças. Quase todos estão chocados com a escala da destruição deixada por esta guerra mais recente, que todos dizem ser de longe a pior. "Há mais destruição, muito mais. E muitos, muitos mortos", disse Sabriha Idbari, 50.

Segundo a ONU, 1.881 palestinos foram mortos e mais de 9.000 ficaram feridos durante o conflito.

Dois dos sete filhos de Qaq estão entre eles. Mohammed, 20, está em estado crítico após ser atingido por estilhaços de morteiros no peito e abdômen quando a família tentou voltar à sua casa em Rafah, no sul da faixa da Gaza, na sexta-feira (1°).

Eles haviam passado mais de três semanas do conflito na casa de um vizinho que vivia numa área mais segura.

A trégua prometida durou apenas três horas, e a retomada dos combates entre os militares israelenses e o Hamas pegou a família Qaq desprevenida.

"Saímos correndo, todos nós", contou a professora. "Choviam morteiros. Minha filhinha foi atingida. Sua irmã a carregou. Então foi meu filho. Eu tremia tanto que não consegui levantá-lo. Meu marido e alguns vizinhos o levaram ao hospital."

A ONU estima que mais de 300 mil crianças vão precisar no mínimo de algum tipo de acompanhamento psicológico.

Hanan al-Qaq, que dirige uma creche informal e dá aulas particulares em casa, disse que suas filhas estão traumatizadas.

"Elas acordam à noite gritando. Não sentem nenhuma segurança. Nós também não, de modo que não podemos dar esse sentimento a elas. O medo tomou conta de nós."


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