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Jovem foi baleado seis vezes, diz autópsia
Legista diz que balas atingiram cabeça e braço de Michael Brown, 18, morto durante abordagem policial nos EUA
Governador teme mais aumento da violência em Ferguson; polícia recebe reforço da Guarda Nacional
Uma autópsia independente divulgada nesta segunda-feira (18) revelou que o jovem negro Michael Brown foi baleado seis vezes na abordagem policial que terminou com sua morte em Ferguson, nos EUA, em 9 de agosto.
O resultado pode dar novo impulso à onda de protestos contra a polícia na cidade, muitos deles violentos.
Segundo o médico legista Michael M. Baden, quatro balas atingiram o braço direito de Brown e outras duas perfuraram a cabeça.
Para o investigador, os tiros foram disparados à distância devido aos baixos vestígios de pólvora no corpo. Também foram encontradas três balas deflagradas nos restos mortais da vítima.
O resultado foi divulgado pelo advogado da família, Daryl Parks, em entrevista.
Os confrontos chegaram a seu momento mais violento no fim de semana, após a polícia revelar que o agente Darren Wilson foi o responsável pela morte e que Brown era suspeito de roubo.
No sábado (16), o governador do Missouri, Jan Nixon, decretou toque de recolher, que não diminuiu o tamanho nem a violência nos atos.
Durante protesto na noite de domingo (17), um grupo atacou o centro das forças de segurança em Ferguson com pedras e coquetéis molotov.
Pelo menos 50 pessoas foram presas e policiais foram atingidos por tiros. Foi a primeira vez que os manifestantes usaram armas de fogo contra os agentes.
Depois da noite de violência, Nixon pediu ajuda da Guarda Nacional.
Para ele, a ação de domingo foi premeditada e teve participação de criminosos vindos de outras partes dos EUA.
OBAMA
O presidente Barack Obama criticou o uso excessivo da força policial, mas também pediu calma aos manifestantes de Ferguson.
"Ceder a essa raiva com saques, o uso de armas de fogo e até o ataque à polícia só servirá para elevar a tensão e disseminar o caos".
Ainda não está esclarecido o que ocorreu na morte do jovem. Para a polícia, Michael Brown teria enfrentado Darren Wilson após o agente o ter abordado porque estava andando no meio da rua.
Testemunhas e a família de Brown afirmam que Wilson baleou o jovem de forma intencional e sem dar a ele chance de defesa.
O policial ainda não se manifestou sobre o ocorrido.
A morte elevou a tensão racial em Ferguson, que tem 67% da população negra, percentual maior do que a média nacional, e 94% de policiais brancos.
A cidade é um retrato da situação dos negros nos Estados Unidos, que na média constituem uma população mais pobre, menos instruída e mais propensa a se envolver em crimes violentos.