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'Se você usa capuz, pode ser parado', diz DJ

DO ENVIADO A FERGUSON

"Tirei o dia de folga do trabalho para vir protestar aqui. O policial que matou Mike Brown está de licença remunerada. Se não fizermos barulho, vai acabar em nada".

O funcionário público Larry Welch, 41, da Secretaria de Educação da vizinha cidade de St. Louis, protesta durante o dia com um cartaz e levantando os braços --a assinatura do protesto--, repetindo "Não atire!".

Ele diz que prefere voltar para casa antes do dia escurecer, às 20h locais (22h em Brasília). "À noite, está virando terra sem lei e dá medo ficar aqui. Você não sabe o que é pior, ser empurrado ou agredido por saqueadores ou levar balas de borracha e gás da polícia".

Welch diz que conhece "vários policiais boa gente, que fazem seu trabalho corretamente, mas vários destratam os negros, sabendo que são impunes".

Como vários outros manifestantes entrevistados pela Folha, Welch se diz contra saques e vandalismo "que distraem a atenção da mídia para o verdadeiro problema que precisamos corrigir aqui". "Essa violência reforça preconceitos contra a nossa comunidade."

Ele acha que a polícia precisaria saber respeitar protestantes pacíficos "e dar um chute no traseiro de quem destrói lanchonetes de gente trabalhadora". "Os vândalos vão embora e depois levaremos meses ou anos para recuperar as perdas."

Para o DJ Marlon Cook, 40, parado em um cruzamento com uma bandeira americana, e que recebia buzinadas de apoio de quase todos os carros que ali passavam, Ferguson "é um subúrbio de classe média, aonde negros com bons empregos migraram para deixar a violência de St. Louis".

"Professores, funcionários públicos, microempresários vieram para cá. Quando eu estava no colegial, era o lugar onde as meninas mais bonitas moravam."

Apesar de ser uma região "de negros bem-sucedidos", a polícia sempre "nos tratou de forma diferente". "Se você usa um capuz ou um boné virado, pode ser parado todo dia pela polícia." (RJL)


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