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Putin propõe acordo de paz para Ucrânia

Gesto do presidente da Rússia ocorre às vésperas de encontro da Otan em que podem sair novas sanções a Moscou

Líder ucraniano chegou a divulgar acordo de 'cessar-fogo' com russos, que logo depois o desmentiram

LEANDRO COLON DE LONDRES

Sob ameaça de novas sanções econômicas, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, divulgou nesta quarta-feira (3) uma proposta para encerrar o conflito entre as forças da Ucrânia e os separatistas na fronteira entre os países.

O gesto do dirigente russo ocorreu após conversa por telefone com o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko. Não ficou claro, porém, como seria feito o diálogo com os rebeldes pró-Rússia, sobre os quais Moscou nega ter qualquer influência.

O aceno coincidiu com a véspera da cúpula da Otan (aliança militar ocidental), que ocorre nesta quinta (4) e sexta (5), no País de Gales.

O evento deve reforçar a posição das potências ocidentais contra Moscou, a quem acusam de incentivar a ação dos rebeldes. A União Europeia tem ameaçado o país com mais um pacote de sanções econômicas.

Após conversar com Putin, Poroshenko, esperado na cúpula da Otan, protagonizou uma confusão ao anunciar um acordo de "cessar fogo" com o país vizinho. Teve de recuar depois de o governo russo desmentir a informação --afinal, para a Rússia, confirmá-la seria admitir interferência sobre os rebeldes.

Os dois presidentes, então, ajustaram o discurso: houve avanço nas tratativas de tentar colocar em prática, a partir desta sexta (5), um "processo de paz" no conflito, que já matou pelo menos 2.400 pessoas no leste ucraniano.

Em visita à Mongólia, Putin enumerou os pontos que, para ele, são fundamentais para encerrar o conflito.

As medidas consistem em interromper qualquer ação de ambos os lados, incluindo suspensão de aviões militares em área civil, além da permissão para monitoramento internacional da situação, libertação de rebeldes detidos, facilitação do auxílio a refugiados e reconstrução de áreas destruídas.

Não se sabe, no entanto, até que ponto os separatistas estariam dispostos a aceitar os apelos do presidente russo, já que, segundo o próprio Putin, as ações da milícia rebelde ocorrem ao largo de Moscou --os embates continuaram nesta quarta (3).

O presidente americano, Barack Obama, reagiu com cautela. Lembrou que outros acordos anunciados não tiveram sucesso. "Não pode haver um acordo político se a Rússia continuar enviando tanques, instrutores, tropas para a Ucrânia", disse.

O primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, afirmou que a posição russa em defender o processo de paz é uma "tentativa de enganar a comunidade internacional" para evitar novas sanções do Ocidente.

A Otan pretende detalhar o reforço de sua atuação militar no leste da Europa, como forma de reação ao movimento de tropas russas na fronteira com a Ucrânia. Ao menos 4.000 soldados devem ser deslocados para a região.


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