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Otan quer militarizar fronteira com Rússia
Em artigo com o primeiro-ministro britânico, Obama promete presença militar 'persistente' no Leste Europeu
No 1º dia de cúpula da aliança ocidental, líderes voltam a acusar Moscou de interferir no conflito da Ucrânia
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, prometeram nesta quinta-feira (4) garantir uma presença militar "persistente" da Otan no Leste Europeu, como forma de conter o avanço da Rússia sobre o leste da Ucrânia.
Os dois assinam um artigo publicado no jornal britânico "The Times", no mesmo dia em que começou a cúpula da aliança militar ocidental, no País de Gales.
O primeiro dia serviu para as lideranças acusarem novamente a Rússia de apoiar os separatistas do leste da Ucrânia, apoiados por Moscou.
Na presença do presidente ucraniano, Petro Poroshenko, convidado especial do evento, o órgão exigiu que Moscou recue suas tropas da região de conflito.
"Apesar de a Rússia negar, suas forças estão engajadas diretamente em operações militares no leste ucraniano", disse, em comunicado.
Há uma expectativa de que as potências aproveitem esta sexta (5), segundo e último dia de reunião, para anunciar novo pacote de sanções econômicas contra os russos.
"É a forma de mostrar que o que estão fazendo é algo inaceitável", afirmou o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.
Nesta quinta, o vice-assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes, disse que Washington está finalizando novas sanções.
Ao mesmo tempo, em Belarus, espera-se a divulgação de um plano de cessar-fogo entre ucranianos e rebeldes, conforme sinalizou o próprio Poroshenko no País de Gales.
"Nós esperamos que o plano de paz comece", disse o presidente, eleito em maio para o cargo para tentar debelar a crise política que desestabiliza seu país.
Ele reuniu-se nesta quinta com as principais lideranças da Otan, entre elas Barack Obama, David Cameron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande.
O ucraniano aproveitou para agradecer o apoio recebido: "Essa aliança [apoio da Otan] é essencial para a segurança e estabilidade do país, que têm sido comprometidos pela agressão da Rússia".
As agências de notícias presentes na região do conflito relataram que as forças rebeldes estariam dispostas a firmar um acordo, atendendo a apelo público do presidente russo, Vladimir Putin.
Na quarta-feira (3), o dirigente russo divulgou uma proposta de cessar-fogo após conversa com Poroshenko.
Ao fim do encontro, as lideranças devem confirmar a intenção de aumentar o efetivo militar no Leste Europeu, com o envio de ao menos 4.000 soldados da Otan.
Em resposta ao movimento da aliança, o chanceler russo, Sergei Lavrov, acusou os EUA de interferência no conflito ao apoiarem a Ucrânia.