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Algumas vítimas tinham 11 anos de idade, diz relatório

LEANDRO COLON DO ENVIADO A ROTHERHAM

O uso de bebida alcoólica e o avanço da tecnologia on-line foram e têm sido ferramentas usadas pelos agressores em Rotherham contra crianças e adolescentes, segundo o relatório preparado pela equipe da professora Alexis Jay, uma renomada especialista na área social do Reino Unido.

"Telefones celulares, redes sociais e aplicativos têm se transformado em caminhos comuns para identificar e buscar crianças vulneráveis, sem que as famílias saibam do perigo", diz trecho da conclusão, de 153 páginas.

O escândalo causou comoção no país pela grande proporção de casos (1.400, numa estimativa "conservadora") numa cidade pacata, de 258 mil habitantes, sem perfil turístico e que sofre com desemprego elevado e falta de investimentos.

O trabalho independente foi realizado a pedido das autoridades locais diante do crescimento de casos desde o fim dos anos 90.

A conclusão indica que as pesquisadoras tiveram acesso a vítimas que haviam evitado procurar a polícia no passado.

"Jovens nos disseram que relutam em ir adiante para pedir ajuda porque se sentem envergonhadas e temerosas", diz o relatório.

Há, por exemplo, relatos de casos concretos (sem citar nomes), entrevistas com vítimas e familiares e suspeitas nunca investigadas pela polícia local.

Algumas das vítimas tinham apenas 11 anos quando foram agredidas. O relatório aponta ainda que 50% delas foram alvo de dosagem alcoólica ou outras substância para serem violentadas.

Pelo menos dois terços sofrem de traumas psicológicos até hoje.

Diante das denúncias, as escolas de Rotherham aumentaram os alertas para as crianças de 11 a 13 anos em relação a taxistas e motoristas que tentam dar carona na saída das aulas, com ofertas de presentes e bebidas.

Somente em 2013, último ano da estatística, 157 casos foram relatados. Os pesquisadores afirmam que os abusos continuam em 2014.

As autoridades locais estão sendo pressionadas pelo governo britânico a deixar seus cargos e reformular toda a estrutura de combate ao abuso infantil --um movimento que deve atingir outras regiões do território britânico.

Em Rotherham, o foco principal das cobranças é o chefe da polícia, que também é ex-chefe dos serviços de proteção à infância da cidade.


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