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Escócia decide se manter no Reino Unido

Em plebiscito histórico, maioria dos eleitores escoceses vota pela permanência do país como território britânico

Até 2h desta sexta (19), 54% dos votos foram para o 'não' à separação, tornando o cenário irreversível

LEANDRO COLON ENVIADO ESPECIAL A EDIMBURGO

A campanha contra a independência da Escócia venceu o histórico plebiscito realizado nesta quinta (18) sobre sua separação do Reino Unido.

Até a conclusão desta edição, com 80% dos votos apurados, 54% haviam optado pelo "não", contra o fim da união de 307 anos com os ingleses, e 46% pelo sim, a favor da separação.

Projeções indicavam que o cenário era irreversível.

Cerca de 3,5 milhões de pessoas (85% dos aptos a votar, índice recorde) que vivem em território escocês responderam sim ou não à pergunta: "A Escócia deve ser um país independente?". A campanha pelo "sim" admitiu a derrota e simpatizantes do "não" celebraram o resultado.

O primeiro-ministro britânico David Cameron parabenizou o movimento "Melhor Juntos", contra a separação, pela campanha bem-feita.

A confirmação nas urnas de que a Escócia permanecerá no Reino Unido será um alívio para Cameron, conservador, e o líder da oposição, Ed Miliband, do Partido Trabalhista. Uma vitória do "sim" provocaria uma pressão pela renúncia do premiê, que, ainda assim, sai desgastado por causa do crescimento dos separatistas nas últimas duas semanas.

Impopular na Escócia, Cameron vinha ignorando a campanha, mas teve de visitar a região por duas vezes recentemente para fazer um apelo pelo voto contra a separação. Já a continuidade da Escócia como parte do território britânico será essencial no equilíbrio de forças em Londres para os trabalhistas tentarem recuperar o poder nas eleições gerais de 2015.

Os escoceses sempre votaram em peso no Partido Trabalhista --em 2010, a legenda conquistou 41 das 59 cadeiras da Escócia no Parlamento britânico.

Mesmo com a eventual derrota, a campanha pró-independência sai fortalecida por ter chegado a uma situação de chance real de vitória na véspera da votação. Em Glasgow, maior cidade escocesa, o "sim" ganhou, com 53% dos votos. Uma ameaça que fez governo e oposição em Londres anunciarem um pacote de mais autonomia financeira e política para a Escócia, algo que pode ser ampliado para os outros membros do Reino Unido: Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte.

Nesta sexta (19), Cameron deve confirmar as medidas em pronunciamento para celebrar o resultado. A Folha acompanhou a votação em algumas seções da capital Edimburgo. Como já ocorrera na campanha, a mobilização dos separatistas nos locais de votação --uma prática permitida-- foi muito maior do que a dos "unionistas". O clima, ao menos na capital, foi pacífico entre cada lado. Alguns incidentes mais localizados, como muros pichados e brigas, foram relatados em outras cidades

Durante a quinta (18), o escocês Alister Stein, 66, distribuía panfletos e adesivos contra a independência e já celebrava uma vitória.

"A campanha pelo sim' foi pela emoção. Me sinto escocês, mas também britânico."


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