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Brasileiros votam em plebiscito e pesam efeito para suas vidas

Decisão por 'sim' ou 'não' à separação foi influenciada por questão de poder permanecer na Escócia

Paulista que possui um quiosque em Edimburgo votou 'sim' por crer que país pudesse melhorar ao gerir seus recursos

LEANDRO COLON DO ENVIADO A EDIMBURGO

Os brasileiros também foram às urnas no plebiscito sobre a independência da Escócia. Cada um avaliando as consequências para suas vidas em território estrangeiro em caso de separação ou não do território britânico.

O paulista Fernando Miranda, 39, vive desde 2003 no Reino Unido --quatro anos em Londres e os últimos sete em Edimburgo.

Há quatro, abriu um negócio com a mulher, também brasileira: um quiosque chamado "Tupiniquim", numa área turística da cidade, para vender crepes e tapioca. É pai de um menino de cinco anos, nascido na Escócia.

Com passaporte de Portugal (o pai nasceu naquele país), Miranda não teve dificuldades em se estabelecer na região, afinal, vive sem burocracias como membro do bloco europeu. O que, aliás, lhe permitiu também votar no plebiscito (pelas regras locais, puderam votar britânicos, membros da União Europeia e do Commonwealth que moram na Escócia).

Apesar do risco de a Escócia ficar fora da UE em caso de independência, Miranda registrou o voto pela separação do Reino Unido.

"Primeiro, não acho que a UE recusaria um pedido da Escócia para integrar o bloco. E, segundo, optei pelo "sim" (separação) porque vejo pela primeira vez um sentimento de comunidade entre os escoceses, algo que nunca tinha visto", disse.

"Não acho que permanecer no Reino Unido seja ruim, mas penso que uma Escócia sozinha teria mais força para gerenciar seus recursos, escolher seus governantes. Somos cinco milhões de habitantes. E, sinceramente, não existe mais esse negócio de império britânico'", afirmou.

CONTRA A SEPARAÇÃO

Ao contrário de Miranda, o carioca Paulo Roberto Gonçalves, 46, votou contra a separação da Escócia.

Também com passaporte português, o brasileiro chegou há dois anos a Edimburgo com a mulher e duas filhas para trabalhar na cidade no setor de serviços de limpeza.

Uma eventual independência escocesa, disse, não só colocaria em risco sua permanência no país, já que sairia do bloco europeu, como ele temia que uma crise financeira atingisse a região a curto prazo. Por isso, ele e a mulher votaram contra a separação.

"A gente não tem certeza das coisas que aconteceriam se houvesse uma independência", disse Gonçalves.

Amiga da família de Gonçalves, a gaúcha Marcy Cremona Vasvary, 53, também votou contra. Enfermeira e casada com um húngaro, vive há 12 anos na Escócia com outros dois filhos. "O Alex Salmond [primeiro-ministro escocês] não nos convenceu. Não há por que mudar."

Segundo o Itamaraty, há cerca de 118 mil brasileiros vivendo no Reino Unido. Não há números específicos para a Escócia.


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