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Hamas e Fatah formam governo em Gaza
Grupo radical e partido da Cisjordânia entram em acordo sobre a volta do pacto de unidade formado em junho
Hamas teria aceitado ainda um Estado palestino segundo as fronteiras de 1967, diz jornal israelense
O grupo radical islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza, e o partido palestino Fatah, que controla a Cisjordânia, acertaram nesta quinta-feira (25), no Cairo, permitir que o governo de unidade formado em junho volte a administrar Gaza.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, havia acusado o Hamas de manter um governo paralelo em Gaza e de impedir que o governo de unidade exercesse sua autoridade no território palestino.
"Fatah e Hamas chegaram a um acordo para uma volta do governo de união na faixa de Gaza", informou à agência AFP um membro da delegação do Fatah no Cairo, Jibril Rajub.
A informação foi confirmada por Azzam Al-Ahmad, o chefe da delegação do Fatah, e por Mussa Abu Marzouk, um alto dirigente do Hamas.
Em abril deste ano, o Hamas e a Organização de Libertação da Palestina (OLP), cujo principal membro é o Fatah, assinaram um acordo de reconciliação que estabelecia o governo de unidade na faixa de Gaza, controlada desde 2007 pelo Hamas.
Porém, após a ofensiva israelense contra Gaza, em julho e agosto, a ANP acusou o Hamas de impedir seu trabalho no território.
O grupo radical critica a Autoridade Palestina pela falta de pagamento dos salários de seus aproximadamente 45 mil funcionários em Gaza.
FRONTEIRAS
Segundo o jornal israelense "Haaretz", um alto dirigente do Fatah afirmou que o Hamas também teria aceitado apoiar o plano de Abbas de um Estado palestino segundo as fronteiras de 1967, antes da Guerra dos Seis Dias.
O Hamas defende o fim do Estado de Israel e uma Palestina unificada.
A comunidade internacional reconhece as fronteiras de 1967, antes do conflito no qual Israel ocupou a faixa de Gaza e a Cisjordânia.
Segundo as fronteiras de 1967, Jerusalém Ocidental pertenceria aos israelenses, enquanto a parte oriental seria dos palestinos.
Após a Guerra dos Seis Dias, Israel tomou Jerusalém Oriental, argumentando que a cidade é a capital indivisível do Estado judaico, justificativa não reconhecida pela comunidade internacional.
TRÉGUA
A delegação palestina que reúne Fatah e Hamas no Cairo também está reunida para voltar a discutir com Israel uma trégua prolongada da guerra em Gaza.
O cessar-fogo de 30 dias vai expirar durante esta semana, mas as questões que ajudaram a construir o conflito --como o bloqueio econômico imposto por Israel à Gaza e a militarização do Hamas-- persistem sem resolução.
A guerra, encerrada em 26 de agosto, durou 50 dias e deixou mais de 2.000 palestinos mortos, a maioria civis. Do lado israelense, morreram 67 soldados e três civis.