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Prêmio Nobel da Paz vai para defensores de crianças

Premiação dupla lembra conflito entre indianos e paquistaneses

Presidente de comitê do Nobel exalta 'luta comum pela educação e contra o extremismo'

A paquistanesa Malala, 17, é a premiada mais jovem; indiano Kailash Satyarthi, 60, salvou crianças da escravidão

DE SÃO PAULO

A paquistanesa Malala Yousafzai, 17, e o indiano Kailash Satyarthi, 60, ganharam o Prêmio Nobel da Paz, anunciado nesta sexta (10). Para o comitê da premiação, a escolha se justifica "pela luta contra a repressão de crianças e jovens e pelo direito de todas as crianças à educação".

"As crianças devem frequentar a escola, e não ser exploradas financeiramente", afirmou Thorbjoern Jagland, presidente do Comitê Norueguês do Nobel, responsável pela escolha dos premiados.

"O comitê considera um ponto importante que um hindu e uma muçulmana, um indiano e uma paquistanesa, participem de uma luta comum pela educação e contra o extremismo", disse Jagland. A referência é à tensão entre Índia e Paquistão, que disputam o território da Caxemira.

Nos últimos dois anos, o prêmio da Paz foi dado a instituições --à Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) em 2013 e à União Europeia em 2012.

A cerimônia da premiação, com a entrega de US$ 1,1 milhão, ocorre em Oslo, na Noruega, em 10 de dezembro.

A ativista Malala, 17, que foi alvo de um ataque do Taleban paquistanês, em outubro de 2012, por defender o direito das mulheres à educação, é a mais jovem vencedora de um Nobel, tirando o posto de Lawrence Bragg, que aos 25 dividiu o prêmio de Física de 1915 com o pai. Na categoria da Paz, a detentora do título era a jornalista iemenita Tawakkol Karman, que ganhou em 2011, aos 32.

Malala sobreviveu a um tiro na cabeça e foi levada ao Reino Unido para tratamento. Tornou-se símbolo da luta contra os militantes que operam em áreas tribais no noroeste do Paquistão.

O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, afirmou que Malala é o "orgulho do país". A ativista fora indicada ao Nobel em 2013 e ganhou um prêmio de direitos humanos da União Europeia.

Já o engenheiro Satyarthi, 60, se dedica a salvar crianças dos trabalhos forçados, além de ter libertado também adultos mantidos em regime de escravidão.

Satyarthi dedicou seu prêmio às crianças escravizadas.

"Agradeço ao comitê Nobel pelo reconhecimento do sofrimento de milhões de crianças", disse o indiano.

"É uma honra para todas as crianças que ainda sofrem com escravidão, trabalho forçado e tráfico de pessoas."

"Calcula-se que haja 168 milhões de crianças trabalhando em todo o mundo", disse Jagland. "Em 2000, o número era de 78 milhões a mais. O mundo chegou mais perto do objetivo de eliminar o trabalho infantil."

Segundo o Comitê Nobel norueguês, Malala e Satyarthi foram escolhidos entre 278 indicados --como Edward Snowden, delator da espionagem americana, o papa Francisco e o presidente russo, Vladimir Putin.

O número é recorde desde o primeiro Nobel da Paz, em 1901. No ano passado, foram 259 indicados.


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