Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Cristina celebra 'governo popular' na rua

Festa preparada originalmente para comemorar desmembramento do grupo Clarín vira ato pela 'democracia'

Presidente argentina diz em discurso que se sente como "um goleiro que tem de defender muitos pênaltis"

Daniel Garcia/AFP
Em discurso na Praça de Maio, Cristina Kirchner elogia venezuelano Hugo Chávez e a presidente Dilma Rousseff
Em discurso na Praça de Maio, Cristina Kirchner elogia venezuelano Hugo Chávez e a presidente Dilma Rousseff
SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

A presidente Cristina Kirchner respondeu à derrota sofrida na semana passada pela não aplicação da Lei de Mídia reunindo apoiadores, ontem à noite, na Praça de Maio, em Buenos Aires.

Cristina fez um discurso, em cadeia de rádio e TV, sobre democracia e direitos humanos em comemoração aos 29 anos do fim da ditadura militar (1976-1983).

A ideia inicial era festejar a queda da cautelar que impedia que o grupo Clarín tivesse de abrir mão de licenças de rádio e TV. Porém, uma decisão da Justiça na quinta-feira favoreceu o conglomerado de mídia, inimigo político do governo. A cautelar foi prorrogada e os kirchneristas apelaram à Corte Suprema.

Cristina, então, decidiu transformar a festa em celebração da volta da democracia e dos governos populares.

Em seu discurso, elogiou as gestões de Hipólito Yrigoyen, de Juan Domingo Perón e de seu marido já morto, Néstor Kirchner.

Acrescentou que Yrigoyen e Perón foram derrubados por interesses de inimigos dos governos populares e comparou a pressão que sofre hoje com a desses presidentes. Disse que "é necessário que haja maior independência do poder econômico das corporações". Não houve, porém, referências diretas ao Clarín.

Cristina também fez uma homenagem à presidente brasileira Dilma Rousseff. "Uma mulher que lutou muito em sua juventude e hoje é líder de uma das principais economias do mundo."

A presidente argentina pediu aplausos à colega brasileira, e a multidão respondeu positivamente. Cristina ainda elogiou o venezuelano Hugo Chávez. "Hugo, para o que precise, aqui estamos."

Ela comparou-se a "um goleiro que tem de defender muitos pênaltis" e disse que "ser presidente da Argentina é mais difícil do que comandar outros países".

A "Festa Pátria Popular" começou às 15h, com shows folclóricos e de rock. Desde cedo, os principais agrupamentos de apoio ao kirchnerismo, como La Cámpora, Kolina e Movimento Evita já se reuniam diante da Casa Rosada. As principais ruas do centro foram fechadas e havia tendas de comidas e produtos populares nas avenidas ao redor da sede do governo.

Tocaram os roqueiros alinhados ao kirchnerismo, Fito Páez e Charly García, além de outros cantores populares. No palco, estavam representantes de associações de direitos humanos, como Estela de Carloto, das Avós da Praça de Maio, e Nora Cortiñas, da linha dissidente das Mães da Praça de Maio. Atores, como Dario Grandinetti, artistas plásticos, como Leon Ferrari, intelectuais e escritores.

Foram exibidos vídeos com discursos de apoio à Cristina por parte de argentinos célebres radicados na Europa, como o maestro Daniel Baremboim e também o escritor Juan Gelman.

Cristina elogiou os intelectuais do grupo Carta Abierta, que apóia o kirchnerismo desde o princípio. E fez questão de reforçar que parte importante dos intelectuais argentinos apoia o governo.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página