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Europa considera armar a oposição síria
Líderes determinaram que "todas as opções possíveis" sejam estudadas para apoiar rebeldes contra o regime Assad
EUA planejam enviar 400 soldados e mísseis Patriot para Turquia; foguetes Scud atingem área de fronteira
A União Europeia não descartará nenhum tipo de ajuda à oposição síria contra o regime de Bashar Assad.
Os líderes do bloco determinaram ontem que o Conselho de Assuntos Exteriores da UE estude "todas as opções possíveis" para apoiar os rebeldes, proteger os civis e alcançar uma transição política o mais rápido possível.
Com o anúncio -o mais duro da UE desde o início dos confrontos-, os europeus deixariam o caminho aberto para um possível envio de armas à oposição.
"Quero mandar uma mensagem muito clara ao presidente Assad de que nada está desconsiderado", disse o premiê britânico David Cameron ao fim de dois dias de cúpula do bloco em Bruxelas.
"Não há uma resposta única e simples, mas inação e indiferença não são opções."
Cameron tem pressionado pela revisão do embargo de armas à Síria, o que também indica uma intenção de equipar os rebeldes contra as forças do regime, mas a Alemanha e outros países têm sido relutantes quanto à ideia.
O tema pode ser discutido na próxima reunião do bloco, em 28 de janeiro.
"Estamos todos convencidos de que é preciso haver uma mudança política na Síria, que o futuro do país é sem Assad", disse a chanceler alemã, Angela Merkel, destacando, porém, que deverá haver "respeito aos direitos humanos e proteção das minorias".
REFORÇO AMERICANO
Os Estados Unidos anunciaram ontem que planejam enviar 400 soldados e duas baterias de mísseis Patriot para a Turquia. No início do mês, a Otan (aliança militar ocidental) aprovou o envio desse tipo de projétil para a fronteira turca com a Síria.
"A intenção desse deslocamento é sinalizar fortemente que os EUA, trabalhando junto com nossos aliados da Otan para ajudar a defesa da Turquia, especialmente com ameaças potenciais vindas da Síria", disse o porta-voz do Pentágono, George Little.
Ontem, o principal comandante militar da Otan, o almirante americano James Stavridis, disse a um blog que mísseis Scud do regime sírio lançados contra rebeldes teriam atingido uma região "muito próxima" à fronteira síria.
Nos últimos dois meses, a Turquia diz sofrer bombardeios diários em cidades fronteiriças. O mais grave foi em outubro em Akçakale, no qual cinco pessoas morreram.
Alemanha e Holanda já aprovaram o envio de duas baterias de mísseis.
Também ontem, o governo russo retrocedeu sobre as declarações do vice-chanceler Mikhail Bogdanov. O alto diplomata havia dito, no dia anterior, que a vitória rebelde sobre Assad era possível.
"Nós nunca mudamos e nunca mudaremos nossa posição a respeito da Síria", disse um porta-voz.