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Cidade se despede de vítimas do massacre

Moradores de Newtown acompanham os primeiros enterros após tiroteio que deixou 20 crianças mortas na sexta

Democratas dão sinais de que vão pressionar por maior controle de armas; maioria apoia mais restrições

Jason Decrow/Associated Press
Familiares e amigos participam do funeral de Noah Pozner, 6, uma das vítimas do massacre de sexta-feira a ser enterrada em Newtown, Connecticut
Familiares e amigos participam do funeral de Noah Pozner, 6, uma das vítimas do massacre de sexta-feira a ser enterrada em Newtown, Connecticut
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

De luto, moradores de Newtown, em Connecticut (EUA), enfrentaram ontem o frio e uma fina chuva para acompanhar as primeiras cerimônias de enterro das vítimas do massacre à escola primária de Sandy Hook.

No primeiro dia útil após o massacre de 26 pessoas na escola -entre elas, 20 crianças-, o pequeno vilarejo onde ocorreu a tragédia ainda estava mobilizado para confortar as famílias das vítimas.

Uma delas se dividia entre os sentimentos de tristeza e alívio. A família Pozner perdeu Noah, um garotinho que tinha acabado de completar seis anos -o mais novo entre as vítimas-, mas viu ser salva Arielle, sua irmã gêmea.

Inseparáveis em casa, os dois estudavam em salas diferentes -decisão tomada pelos pais que acabou poupando a vida da filha.

O atirador nem chegou a entrar na sala onde estudava Arielle.

"Ela tem seis anos e é difícil saber o que se passa na cabeça de uma criança. Você vê lágrimas no seu rosto, mas ela é uma menininha feliz", comentou o rabino Yisrael Deren, que tem acompanhado a família desde a tragédia.

Devastados, os pais de Noah tentam se reerguer, conta o rabino. "Eles [sabem que] têm outros filhos [para cuidar]."

O pequeno Jack Pinto, 6, também esteve entre as vítimas enterradas ontem.

Fã de futebol americano, o menino tinha o jogador do New York Giants Victor Cruz como ídolo.

E foi dele quem recebeu a principal homenagem.

Cruz escreveu com uma caneta "Jack Pinto 'meu herói'" e "R.I.P. Jack Pinto (descanse em paz, Jack Pinto)" em suas chuteiras e luvas e dedicou o jogo de anteontem ao garoto.

"Em vida ou na morte, Jack vai sempre ser lembrado pela imensurável alegria que ele trouxe a todos que tiveram o prazer de conhecê-lo. Uma alegria cujo alcance ia além dos seus seis curtos anos", disse a família em nota.

ÚLTIMO DESEJO

Na sexta-feira, a mãe de Charlotte Bacon, 6, outra vítima do atirador Adam Lanza, realizou o desejo da filha sem saber que era o último.

Após muita insistência, a garotinha ruiva conseguiu vestir o vestido rosa e as botas brancas compradas pela mãe, Joann, e que estavam sendo guardados para comemorar o Natal.

"Ela tinha uma grande personalidade. Ela poderia manter uma conversa com qualquer adulto. Desafiava sua mãe todos os dias, e sabia como conseguir o que queria", disse John Hagen, tio de Charlotte ao jornal local "Hartford Courant".

Segundo ele, a menina adorava ser escoteira -e Joann, sua mãe, era a líder do seu grupo, que também perdeu outras integrantes no massacre. "Havia 10 garotas no grupo. Agora, há apenas cinco", lamentou.

CONTROLE DE ARMAS

Ontem, parlamentares democratas deram sinais de que adotarão uma atitude mais agressiva na questão do controle de armas.

"Eu mantive o silêncio na questão da violência por armas nos últimos seis anos, e agora eu sinto tanto por isso quanto pelo que aconteceu com as famílias que perderam tanto nessa recente, e infelizmente não isolada, tragédia", disse o deputado John Yarmuth, um democrata moderado pelo Kentucky.

O senador independente de Connecticut, Joseph Lieberman, que deixará o Congresso no mês que vem, pediu na rede de TV CNN "que todas as emoções que sentimos neste momento não desapareçam".

Uma pesquisa divulgada ontem pela ABC e o "Washington Post" mostra que 54% dos americanos apoiam a adoção de maiores restrições à venda de armas e 59% são contra a comercialização de armas com grande poder de fogo, como o rifle de assalto usado por Lanza (52% são contra no caso de semiautomáticas).

Cerca de 52% disseram acreditar que o tiroteio em Newtown é o sintoma de "problemas mais amplos na sociedade americana" e não um "ato isolado".


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