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Lobby das armas sofre ofensiva nos EUA

Após massacre em escola, Obama dá apoio a mudanças na legislação; fundo venderá participação em fabricante

NRA, principal órgão de defesa de armamentos, solta nota em que se diz 'chocado' com morte de 20 crianças na sexta

John Moore/Getty Images/AFP
Criança dentro de um ônibus escolar em Newtown; alunos do local onde houve massacre assistirão às aulas em cidades vizinhas por enquanto
Criança dentro de um ônibus escolar em Newtown; alunos do local onde houve massacre assistirão às aulas em cidades vizinhas por enquanto
LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

A comoção provocada pela morte de 20 crianças e seis adultos por um atirador na última sexta em uma escola em Newtown está produzindo reações no meio político e corporativo dos EUA que sinalizam mudança de tom no debate sobre armas no país.

Ontem, a Casa Branca declarou que o presidente Barack Obama vai procurar, nas próximas semanas, maneiras de enrijecer as regras para venda de armas, sem dar detalhes. O democrata já telefonou a um senador pró-armas e convocou membros de seu gabinete para debater o tema.

Segundo o porta-voz Jay Carner, Obama apoia a ideia da senadora Dianne Feinstein de propor o restabelecimento de uma lei que vetava a venda de fuzis automáticos, que disparam rajadas.

Ele também deve avaliar medidas para melhorar o tratamento de doenças mentais.

O presidente, que até então vinha se mantendo vago sobre o tema e se limitando a prometer "medidas significativas", não foi o único a reagir ao que se enuncia como mudança na opinião pública.

O fundo de investimentos Cerberus anunciou ontem que venderia sua participação na fabricante de armas Freedom Group, que produz o fuzil usado por Adam Lanza na chacina em Newtown.

"Está claro que a tragédia [na escola] Sandy Hook foi um divisor de águas que levantou um debate nacional sobre armas a um nível inédito", declarou a empresa em nota. A brasileira Taurus é citada no "New York Times" como interessada na compra.

Mesmo o maior lobby pró-armas dos EUA, a NRA (Associação Nacional de Rifles), manteve um raro silêncio de quatro dias após a chacina, chegando a tirar por 48 horas sua página do Facebook do ar -"curtida" por 1,7 milhão.

Ontem, o grupo divulgou um comunicado no qual se diz "chocado" com o episódio. No texto de três parágrafos, atribui a demora ao respeito às famílias das vítimas e promete "apoio significativo" para evitar tragédias.

A organização, que em outros episódios semelhantes foi veemente na defesa das armas, convocou uma entrevista coletiva para esta sexta.

A hesitação do grupo, que alega ter 4,3 milhões de afiliados e só neste ano gastou US$ 2,2 milhões em lobby, segundo o Centro pela Política Responsável, é inédita.

É impossível dizer se as promessas se traduzirão em ação. A população americana, segundo pesquisas, é majoritariamente a favor da Segunda Emenda -a lei de 1791 que garante aos cidadãos o direito de portar armas.

Nos últimos meses, porém, a defesa a algum tipo de restrição tem crescido. Levantamento da rede de TV CBS feito entre sexta e domingo, com margem de erro de quatro pontos percentuais, indica que 57% são a favor de mais controle, a primeira vez na série que o apoio supera 50%.


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