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BC japonês injeta mais moeda na economia para aquecer atividade
Iniciativa é vista como prelúdio de uma ação agressiva em 2013
Seguindo o exemplo de EUA, Reino Unido e países da zona do euro, o Banco Central do Japão deu ontem a terceira injeção de estímulo monetário em quatro meses, acrescentando mais 10 trilhões de ienes (cerca de R$ 246 bilhões) aos R$ 2,5 trilhões já gastos pelo banco para recomprar títulos públicos.
A iniciativa é vista como prelúdio de uma ação mais agressiva no próximo ano, no momento em que o país enfrenta a perspectiva de uma terceira década de crescimento baixo.
Terceira maior economia do mundo, o Japão tem grande relação entre dívida e PIB, em torno de 200%.
O índice, um dos maiores do mundo, provoca desconfiança entre investidores.
O governo do próximo premiê, Shinzo Abe, eleito nessa semana, descartou a possibilidade de um estímulo orçamentário, o que poderia elevar o problema da dívida.
Usar dinheiro do banco central, assim, é a única saída. O objetivo de comprar títulos é irrigar a economia e aumentar o volume de recursos disponível para empréstimos. Os juros tenderiam a ser reduzidos.
O BC não diz quanto tempo a política de estímulos vai durar. Sinaliza apenas que será até que a demanda empurre os gastos do consumidor e os preços para cima e, com a perspectiva de preços em alta no futuro, incentive os consumidores japoneses a gastarem ainda mais.
No momento, empresas e consumidores estão agindo como contrapeso à ação do banco central, porque estão poupando seu dinheiro.
O novo premiê quer que o BC estude a possibilidade de elevar sua meta de inflação de 1% para 2%, também para ajudar a soltar a economia.
Ciente do grande apoio conseguido por Abe nas eleições, o presidente do banco concordou em discutir a questão com seu comitê numa reunião em janeiro.
"Acho que o Banco do Japão [o BC do país] está realizando passo a passo aquilo que buscamos na eleição", disse Abe.