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Putin apoia veto de adoção por americanos

Presidente chama de 'apropriada' lei do Parlamento proibindo que cidadãos dos EUA adotem crianças russas

Restrição é reação dos russos a lei dos EUA que critica falta de empenho na investigação da morte de um ativista

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Embora tenha dito que a maior parte dos pais adotivos americanos são pessoas "decentes e honestas", o presidente russo, Vladimir Putin, considerou ontem "emotiva, mas apropriada" a emenda aprovada pela Duma (câmara baixa do Parlamento) que proíbe a adoção de crianças do país por cidadãos dos EUA a partir de 1º de janeiro.

Apesar disso, o líder foi evasivo ao responder se sancionará a proposta, dizendo que só tomará uma decisão depois de ler o texto do projeto na íntegra.

O tema veio à tona durante as quase quatro horas e meia da coletiva de imprensa anual de Putin.

REPRESÁLIA

O projeto de lei é uma represália a uma norma recentemente aprovada no Congresso americano, o Ato Magnitski, que estabelece uma lista de funcionários russos proibidos de entrar nos EUA e o congelamento de seus bens em território americano.

Autoridades dos EUA acreditam que essas pessoas estejam envolvidas na morte do advogado russo Serguéi Magnitski, que aconteceu enquanto ele estava detido provisoriamente sob a acusação de fraude fiscal, em 2009.

No passado, Magnitski fez denúncias de corrupção policial no país.

Os EUA criticam a Rússia por não ter levado a fundo uma investigação sobre a morte do advogado.

"Ninguém o torturou. Ele morreu de um ataque do coração", disse Putin.

"Pensam que nas prisões americanas as pessoas não morrem? Eles tem seus próprios problemas, olhem para Abu Ghraib [prisão americana no Iraque onde detentos sofreram maus tratos]".

Putin diz que a emenda é uma reação à atitude dos EUA de não punir casos de maus-tratos contra crianças russas que foram adotadas por americanos e de não permitir o monitoramento de autoridades russas em investigações desses casos.

Segundo a emissora britânica BBC, 3.400 crianças russas foram adotadas por famílias estrangeiras em 2011, um terço delas americanas, contra 7.416 adoções por cidadãos russos.

Dos 60 mil russos adotados por americanos nos últimos 20 anos, sabe-se que 19 morreram.

Após um jornalista insinuar que a Rússia não teria recursos para cuidar dos órfãos do país e que as crianças seriam as mais prejudicadas se o projeto de lei fosse aprovado, Putin reagiu.

"Não estamos sequer autorizados a monitorar [o bem-estar dos adotados por americanos]. Você gosta disso? É sadomasoquista? Existem outros países além dos EUA".


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