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Lobby quer guardas armados em escolas

Associação Nacional de Rifles culpa videogames por massacres como o que deixou 20 crianças mortas em Newtown

Cresce apoio entre os americanos a favor de restrição maior de venda de armas, aponta pesquisa de opinião

LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

Uma semana após um jovem armado com duas pistolas e um fuzil semiautomático matar 20 crianças e seis adultos em Newtown, noroeste dos EUA, o maior grupo de lobby pró-armas do país defendeu a presença de seguranças armados em escolas para evitar episódios do tipo.

Em entrevista coletiva ontem em Washington, a NRA (Associação Nacional de Rifles) culpou a indústria de videogames pelo aumento da violência e pediu ao Congresso que derrube já a proibição do porte de armas em escolas, oferecendo-se para assessorar as instituições e para treinar futuros patrulheiros.

A Segunda Emenda à Constituição dos EUA, de 1791, garante ao cidadão o direito ao porte de armas, mas as escolas são, desde 1990, declaradas "zonas livres de armas".

"Protegemos [o presidente] com o Serviço Secreto. Parlamentares trabalham em gabinetes cercados de guardas. E, quando se trata dos membros mais inocentes e vulneráveis da família americana, nós os deixamos indefesos. Isso precisa mudar já", declarou Wayne LaPierre, vice-presidente da NRA.

As declarações e a entrevista, nas quais LaPierre se mostrou combativo e apelou ao medo afirmando que muitos outros "monstros" estariam planejando matanças similares, foram as primeiras do grupo após o massacre, exceto por um sucinto comunicado lamentando o ocorrido.

O evento foi interrompido por duas manifestantes do grupo Code Pink, que acusaram a NRA de incitar a violência antes de serem retiradas.

VIDEOGAMES

O grupo de lobby, que diz ter mais de 4 milhões de afiliados, também mirou a indústria de videogames e seus jogos de tiro em primeira pessoa, além dos políticos, por alardearem o veto às armas.

A contraofensiva ocorre um dia após o presidente Barack Obama criar uma força-tarefa e prometer levar ao Congresso em janeiro medidas que restrinjam a venda de armas, inclusive a proibição a fuzis semiautomáticos.

Ontem, Obama respondeu em um vídeo às 12 petições abertas no site de demandas populares da Casa Branca pela proibição ou restrição das armas, com mais de 350 mil assinaturas. Outras 14, com cerca de 115 mil signatários, pedem a proteção do porte.

"Como a maioria dos americanos, acredito que a Segunda Emenda garante o direito individual de portar armas, e a maioria dos donos de arma nos EUA é responsável", disse Obama.

"Mas o fato de este ser um problema complexo não pode servir de desculpa para não fazemos nada. O fato de não podermos evitar cada ato de violência não significa que não podemos reduzi-la."

Pesquisa feita pelo centro Pew após o massacre em Newtown e divulgada ontem indica que o apoio à restrição foi de 47% em julho a 49%. Os que consideram mais importante defender a Segunda Emenda somaram 42%, queda de quatro pontos.


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