Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Parlamento russo veta adoção por americanos

Medida depende apenas da sanção do presidente Putin para entrar em vigor

Ação é represália à decisão dos EUA de proibir o ingresso de russos acusados de violar direitos humanos

Dmitry Lovetsky/Associated Press
Manifestantes protestam contra lei aprovada pelo Parlamento que veta adoção de crianças russas por americanos
Manifestantes protestam contra lei aprovada pelo Parlamento que veta adoção de crianças russas por americanos
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A câmara alta do Parlamento da Rússia aprovou ontem, por unanimidade, um projeto de lei que proíbe a adoção de crianças russas por americanos. O projeto também impede que organizações com atuação política recebam dinheiro dos Estados Unidos e veta a concessão de vistos para americanos acusados de violar direitos de russos.

As medidas, um sinal de deterioração das relações entre Moscou e Washington, dependem agora apenas da sanção do presidente Vladimir Putin para entrar em vigor no começo de janeiro.

No início da semana, antes da aprovação final do Parlamento, o presidente disse que considerava o veto às adoções uma "resposta emotiva, mas apropriada" aos Estados Unidos, mas não confirmou se iria sancioná-lo.

O projeto é visto como uma retaliação à decisão recente do Congresso americano de impedir a concessão de vistos e congelar os ativos em território americano de russos acusados de violações de direitos humanos, inclusive funcionários do governo.

A norma foi batizada de Ato Magnitski em referência ao advogado russo Serguei Magnitski, que trabalhava para um fundo de investimentos estrangeiro e foi preso sob suspeita de fraude fiscal após denunciar suposto esquema de corrupção no país.

Os Estados Unidos criticam a Rússia por não ter levado a fundo uma investigação sobre a morte do advogado, no que veem como mais um sinal preocupante emitido pelo governo Putin, alvo de críticas frequentes por violações de direitos humanos e tendências ao autoritarismo.

Putin, por sua vez, diz que Magnitski morreu de um ataque do coração.

O projeto aprovado ontem pelo Parlamento russo foi batizado com o nome de Dima Yakovlev, um menino russo de dois anos que morreu nos Estados Unidos após seu pai adotivo tê-lo esquecido em um carro. O homem acabou inocentado pela Justiça.

Durante a votação, parlamentares argumentaram que o veto à adoção por americanos iria proteger as crianças russas e encorajar seu acolhimentos por famílias locais.

Alguns chegaram a dizer que o interesse dos americanos era apenas usar as crianças como fonte de órgãos para transplante ou para satisfazer suas fantasias sexuais, num exemplo da virulência do sentimento antiamericano de parte da sociedade.

O projeto, porém, enfrenta a resistência de muitos cidadãos russos, que consideram que as crianças serão as maiores prejudicadas. Ontem, sete manifestantes que protestavam contra a decisão foram presos em Moscou.

Os Estados Unidos são o destino da maior parte dos órfãos russos adotados por estrangeiros. No ano passado, foram cerca de mil adoções, e, desde 1999, mais de 45 mil.

Segundo o Unicef, existem cerca de 740 mil crianças vivendo sem os pais no país.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página