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Chávez sofre de insuficiência respiratória, afirma governo
Quadro é de 'severa' infecção pulmonar, diz comunicado, sem mais detalhes
'Guerra psicológica' na mídia é criticada; chefe do Legislativo, que pode assumir a Presidência, será escolhido amanhã
Juan Barreto/AFP | ||
Ao lado de criança, homem observa pichação com os dizeres 'Chávez está morto, digam' em Caracas, capital venezuelana |
O governo da Venezuela informou ontem que Hugo Chávez apresenta quadro de insuficiência respiratória decorrente da "severa" infecção pulmonar que apresentou após a cirurgia oncológica que fez há 23 dias em Cuba.
A nota, lida pelo ministro das Comunicações, Ernesto Villegas, em cadeia nacional, diz apenas que o presidente tem de cumprir "estritamente" o tratamento médico, sem detalhes de prognóstico.
O comunicado acusa a "mídia transnacional" de promover "guerra psicológica" sobre o tema para desestabilizar o país e "desconhecer a vontade do povo" que reelegeu Chávez em outubro, para governar até 2019.
O presidente deveria tomar posse do novo mandato na quinta que vem, mas ainda não há posicionamento oficial sobre que caminho legal o governo tomará se Chávez não puder ser juramentado.
Ante a incerteza, o país se volta agora para a escolha, amanhã, do novo presidente da Assembleia Nacional.
Uma disputa em geral com menor peso político, dada a maioria folgada do chavismo na Casa (95 de 165 deputados), ganha holofotes porque, a depender do que ocorra nos dias que faltam até a posse de 10 de janeiro, o chefe do Legislativo pode assumir o poder como presidente interino.
Alguns chavistas, porém, já sugeriram adiar a posse do presidente. Alegam que a Carta prevê que, "por qualquer motivo inesperado", o eleito pode jurar ante o TSJ (Tribunal Supremo de Justiça), sem especificar lugar ou data.
Um dos defensores do adiamento da posse é o atual presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, espécie de número 3 no chavismo, deppois do presidente e de Nicolás Maduro, vice-presidente escolhido por Chávez como seu candidato à sucessão.
O governo não anunciou se Cabello será ratificado no cargo amanhã, mas o desfecho era citado por deputados e considerado o mais provável para dissipar especulações de disputa entre ele e Maduro.
Ontem os dois, voltando de visita a Chávez em Havana, fizeram na TV uma demonstração pública de unidade.
"Nós [Maduro e Cabello] juramos união com nosso povo e lealdade ao comandante. Hoje [ontem] ratificamos [isso] e juramos diante do presidente Chávez que vamos estar unidos", disse o vice.
VISITA BRASILEIRA
Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência brasileira, que estava em férias no México, foi acionado por Dilma Rousseff e se reuniu em Havana, em 31/12, com representantes das cúpulas de Cuba e Venezuela para marcar a participação brasileira na transição venezuelana.
Na volta, Garcia ligou para o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e fez um relato das conversas.