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Ministro argentino é criticado por churrasco em centro de tortura

Familiares de vítimas da repressão pedem a renúncia de Julio Alak

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

Familiares dos mais de 5.000 desaparecidos durante a repressão na Escola Mecânica da Marinha (Esma) pediram ontem a demissão do ministro da Justiça argentino, Julio Alak.

No último dia 27, Alak organizou um churrasco de fim de ano para mais de mil pessoas no antigo centro de detenção, um dos mais cruéis do último regime militar (1976-1983), localizado em Buenos Aires.

Além de centro de interrogatórios e de tortura, a Esma foi o quartel-general de detenção onde mais se registraram estupros de mulheres e roubos de bebês.

Foi também o local de onde partiam os chamados "voos da morte", quando militantes e guerrilheiros de esquerda eram arremessados de aviões no rio da Prata.

"É como se fizessem pães doces nos fornos de Auschwitz", afirmou Gregorio Lorkinpanidse, um dos sobreviventes.

Várias organizações de direitos humanos se manifestaram ontem contra o comportamento do ministro, pedindo sua renúncia.

A deputada da Frente Ampla Progressista Margarita Stolbizer disse: "O ministro Alak é uma falta de vergonha do governo. Às suas pressões sobre o poder judicial se soma agora o festejo de fim de ano com o churrasco na Esma, que ataca a memória histórica do país e o trabalho das organizações de direitos humanos".

LEI DE MÍDIA

Alak é o funcionário do governo que mais se pronuncia na campanha do governo contra o grupo midiático Clarín, contra quem o kirchnersimo está em guerra desde 2009.

O ministro da Justiça acusou de "golpistas" os juízes responsáveis pela cautelar que beneficiou o Clarín contra a implantação da Lei de Mídia, em dezembro.

O senador da UCR (União Cívica Radical) Ernesto Sanz disse que Alak deve "desculpas públicas".

Já associações alinhadas ao governo, como a Hijos, apoiaram o ministro. "Há uma tergiversação dos fatos. Não houve uma ofensa à memória", disse.


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