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Foco

Empresas lucram com mochilas à prova de balas

Nos EUA, pais preocupados após massacre em escola fazem vendas do artigo disparar

RAUL JUSTE LORES DE NOVA YORK

Uma menina com camiseta e meias cor de rosa está ajoelhada, usando sua mochila escolar como escudo na altura da cabeça.

A foto está na propaganda da empresa texana Backpackshield.com, que vende materiais "para pais protetores e preocupados", segundo explica o seu site.

Diversas empresas do varejo armamentista tentam faturar após a tragédia que matou 20 crianças e seis funcionários da escola primária Sandy Hook, em Newtown, nos Estados Unidos, em dezembro do ano passado.

Essas empresas garantem que a procura por seus produtos aumentou muito depois da chacina, mas não revelam números.

VENDAS EM DISPARADA

A Backpackshield.com, que começou a fazer mochilas e kits antibala para crianças em 2007, logo após a chacina na Universidade Virginia Tech (quando 32 pessoas morreram), afirma que suas vendas dispararam após a tragédia de Newtown.

No site da empresa, o consumidor pode comprar um protetor à prova de bala, que lembra uma das faces de um colete antibala e que é colocado no interior da mochila (de 45cm x 30 cm).

O preço do produto chega a US$ 235.

A propaganda da Backpackshield diz que a peça "feita por tecido desenvolvido pela Dupont" resiste à penetração de balas 357 e 44 Magnum, de calibre 40 a 9 milímetros.

"Você decide se é proativo ou passivo diante da violência inesperada", diz o site da empresa.

A BulletBlocker, de Massachusetts, também vende "mochilas antibala" nos mais variados tamanhos e visuais.

Com preços de US$ 209 a US$ 469, a marca possui um modelo camuflado que lembra o uniforme do Exército americano.

No site da empresa, a mensagem é "A segurança de seu filho -ter sua mente em paz é o nosso negócio".

Coincidentemente, a propaganda neste caso também traz uma menina vestida em cor de rosa.

Outra que já fatura com a tragédia é a empresa de armas de Salt Lake City Amendment II (em homenagem à Segunda Emenda da Constituição americana, que permite o porte de armas a homens de bem).

Ela também vende mochilas e uniformes antibala para crianças.

À agência Reuters, seu proprietário, Derek Williams, disse que recebeu 200 pedidos apenas em um dia útil, na semana após o massacre.

COMÉRCIO DE ARMAS

O assassinato das crianças na escola primária Sandy Hook, todas entre 6 e 7 anos de idade, também provocou reações contrárias em estabelecimentos comerciais que vendem armas no território americano.

A Dick's Sporting Goods, rede com lojas por todo o país, com sede em Pittsburgh, mandou retirar rifles de todas as suas vitrines.

Nas filiais próximas a Newtown, a rede suspendeu a venda de rifles.

A venda de armas também aumentou após a tragédia, com o temor de que leis mais restritivas sejam aprovadas pelo governo.

O número de pedidos de antecedentes criminais ao FBI, que serve como termômetro para a venda de armas nos Estados Unidos, disparou em dezembro.

Foram registrados 2.783.765 pedidos de antecedentes criminais, ultrapassando o recorde anterior, de novembro, de 2.006.119 pedidos.


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