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Islamitas pedem soltura de presos nos EUA
DE SÃO PAULOOs militantes do grupo terrorista "Signatários por Sangue", que tomaram na quarta-feira um campo de exploração de gás argelino, exigem que a França interrompa a intervenção militar no Mali.
Os islamitas pediram ontem, por meio da agência de notícias da Mauritânia ANI, que haja também a troca dos reféns americanos por dois presos nos EUA -entre eles, Omar Abd al Rahman, o chamado "xeque cego", condenado pelos atentados ao World Trade Center em 1993.
"Nossas fontes dizem que o líder do grupo está negociando o fim da guerra no Mali", diz à Folha por telefone Sidi Belmokhtar, editor chefe da agência, que afirma manter contato frequente com os terroristas.
"[O militante] Khaled Abu Abbas irá gravar um vídeo que será enviado à mídia, em que pedirá para a França e a Argélia negociarem o fim da guerra francesa [no Mali]."
Ainda segundo essa agência, que tem sido citada pela mídia internacional por serem o único contato com os militantes, os "Signatários por Sangue" pedem também a soltura de Afiya Sidiqqi, terrorista paquistanesa.
Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, porém, diz que o país "não negocia com terroristas". A nação confirma ter cidadãos como reféns, mas não confirma o número. Ontem, a agência de notícias Associated Press dizia que um dos americanos estava morto.
A brigada "Signatários por Sangue" tomou as instalações de Tigantourine alegando serem motivados pela intervenção francesa no Mali. Tanto Argélia quanto Mali são duas ex-colônias francesas.
O grupo de terroristas é liderado por Mokhtar Belmokhtar, ligado à franquia norte-africana da rede Al Qaeda, de que fez parte após seu treinamento no Afeganistão.
Veterano do Saara, ele é conhecido como "senhor Marlboro", devido a uma forte atuação no tráfico de cigarros. Já a inteligência francesa o apelidou de "O Inalcançável".
AREIA
O governo da Argélia afirma que os militantes vieram pela fronteira com a Líbia e que recebem ordens vindas desse país vizinho.
Em 2011, o ex-ditador líbio Muammar Gaddafi foi derrubado, capturado e morto por rebeldes.
Após o incidente, militantes deixaram esse país, cruzando a fronteira porosa e desértica com armamentos.
O Mali disse, ontem, que os islamitas que controlam o norte do país estão armados com equipamento líbio.
François Hollande, presidente da França, afirmou ontem durante um discurso a empresários que a crise dos reféns na Argélia comprova a necessidade de uma intervenção no Mali.