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Análise

Presidente tem chance de deixar um grande legado

GERALDO ZAHRAN ESPECIAL PARA A FOLHA

Barack Obama foi o primeiro presidente negro dos EUA, aprovou uma ampla reforma do sistema de saúde, matou Osama bin Laden e foi reeleito com uma economia fraca e desemprego alto.

Foi o único ocupante da Casa Branca a apoiar o casamento de pessoas do mesmo sexo, oficializou a participação de homossexuais nas Forças Armadas e retirou as tropas do Iraque. Os próximos quatro anos decidirão a posição de Obama na lista dos grandes presidentes do país.

Os desafios são muitos. A recuperação da economia continua lenta. Em dezembro, o Fed anunciou que a meta de desemprego de 6,5% só será alcançada em 2015.

Novo pacote de estímulo federal é improvável, dado o endividamento federal de US$ 16,4 trilhões. Contando só os títulos na mão de terceiros, a dívida pública é de impressionantes 72,8% do PIB.

Mesmo assim, Obama conseguiu vitórias importantes ao término de seu primeiro mandato. O Partido Republicano foi obrigado a aceitar a elevação de impostos para a camada mais rica da população. Nos próximos meses, a disputa partidária será reproduzida em discussões sobre limite da dívida pública, cortes de gastos e Orçamento.

Alterações nas leis de imigração são outra pauta democrata. Em junho, Obama suspendeu a deportação de jovens imigrantes que tivessem estudado ou feito serviço militar nos EUA, concedendo-lhes autorizações de trabalho. Republicanos, que sempre favoreceram duras regras de criminalização e deportação de imigrantes, terão de reavaliar posições depois do péssimo resultado eleitoral junto a grupos latinos.

O massacre na escola primária em Newtown, em dezembro, reabriu a discussão sobre armas de fogo. A Casa Branca já apresentou 23 medidas para conter a violência com armamentos.

Foi a terceira tragédia em dois anos. Em 2011, uma tentativa de assassinato no estacionamento de um supermercado deixou seis mortos e 13 feridos. Em julho de 2012, um atirador matou 12 pessoas e feriu 58 em um cinema. A opinião pública será peça importante para vencer a resistência republicana a mudanças.

Ambiente, energias renováveis e mudança climática também serão pauta.

A seca histórica e o furacão Sandy, que atingiram o país em 2012, trouxeram o assunto à tona. A gradual recuperação da economia pode tornar os custos da legislação climática aceitáveis.

A estratégia é clara: resolver questões orçamentárias o mais rápido possível e ganhar tranquilidade para dedicar-se a outros temas. A crise de identidade de oposição e as mudanças na opinião pública favorecem o presidente.

Tudo passará por retomada da economia e acordos bipartidários, mas, se obtiver sucesso em quaisquer desses temas, o legado de Obama terá impacto por gerações.

GERALDO ZAHRAN, professor da PUC-SP, é coordenador do Opeu - Observatório Político dos EUA (www.opeu.org.br).


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