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Polarização desafia Obama em 2º mandato

Presidente toma posse para mais quatro anos na tentativa de deixar legado à altura do peso histórico da sua 1ª eleição

Juramento do líder americano ocorreu ontem, na Casa Branca; espera-se menos gente nas ruas que em 2009

LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

Durou apenas 63 segundos a cerimônia que deu início ontem, às 14h56 de Brasília, ao segundo mandato de Barack Hussein Obama como presidente dos EUA, 29 deles dedicados ao juramento ministrado pelo chefe da Suprema Corte, John Roberts, no Salão Azul da Casa Branca.

"Consegui!", disse para a filha caçula, Sasha, após declamar as 42 palavras do texto oficial com a mão sobre a Bíblia da família da mulher, Michelle (em 2009, o presidente refez o juramento no dia seguinte, após o juiz trocar trechos e ele ecoar o erro).

A expressão de alívio resume a sobrevivência a um primeiro mandato turbulento e a uma campanha acirrada, prenúncio de quatro anos de polarização e de desafios para Obama forjar um legado à altura do peso histórico de sua primeira eleição.

Diante de um presidente que ainda evoca a esperança de seu primeiro slogan, mas que pede pragmatismo e insiste em se dizer realista para avançar, tudo em 2013 parece menor do que em 2009 -a começar pela popularidade de Obama, em 51% ante os 69% de então, no Gallup.

A discrição da cerimônia ontem (além da primeira-dama e das filhas Malia e Sasha, estavam presentes a irmã de Obama, Maya Soetoro-Ng, a família de Michelle e jornalistas) se repete nos eventos públicos da posse, hoje.

O protocolo americano fixa o início do mandato em 20 de janeiro, mas adia os eventos populares em 24 horas quando a data cai domingo.

A multidão de 1,8 milhão de pessoas de 2009, recorde, desta vez deve ficar abaixo de 800 mil, prevê a organização. Os bailes oficiais, dez naquele ano, hoje serão dois.

A ideia é uma posse mais "inclusiva", dizem os organizadores, em que todos participem das mesmas atividades: um segundo juramento diante do Capitólio seguido por um discurso, às 14h30 de Brasília; o desfile do presidente e do vice, Joe Biden, até a Casa Branca; e os bailes, cujos ingressos a US$ 60 (R$ 123) acabaram em horas.

Mesmo Washington estando lotada, com aeroportos, hotéis e restaurantes muito mais movimentados do que de costume, nem todos se animam com o evento do dia.

"Nem votei no cara, vim à cidade para um congresso", reclamava na noite de sábado o estudante Michael, enquanto esperava diante de um restaurante lotado. "Não vejo muita empolgação."

Mas as ruas próximas ao Capitólio e ao trajeto do desfile já recebiam centenas de curiosos no fim de semana - em larga maioria, negros que vieram ver o primeiro presidente negro dos EUA tomar posse de novo, desta vez no feriado que homenageia o líder civil Martin Luther King.

Obama usará a Bíblia do reverendo assassinado em 1968 ao jurar hoje, junto com uma pertencente ao presidente Abraham Lincoln (1809-65), que aboliu a escravidão.

Nada havia vazado, até a conclusão desta edição, sobre seu aguardado discurso.

Se em 2009 a retórica do presidente já foi sóbria, conclamando à união diante da crise, a expectativa é que hoje ela seja um chamado mais urgente à realidade.


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