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Posse nos EUA

Obama defende direitos de gays, mulheres e imigrantes na 2ª posse

Em discurso, presidente dos EUA troca retórica de união de 2009 por aceno à base democrata

Fala evoca declaração de independência e faz alusões à oposição; sob frio de 4ºC, evento leva 600 mil a Washington

LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

Diante de uma multidão estimada em 600 mil pessoas e sob um frio de 4ºC, Barack Hussein Obama, 51, tomou posse ontem pela segunda vez como presidente dos EUA defendendo a igualdade e propondo uma agenda socialmente liberal para os próximos quatro anos.

"Entendemos que, quando os tempos mudam, também temos que mudar; que fidelidade aos princípios de nossa fundação [como país] exige novas respostas a novos desafios e que preservar nossas liberdades individuais requer ação coletiva", disse o presidente após fazer seu juramento ao chefe do Supremo, John Roberts, pela segunda vez.

O segundo mandato, oficialmente, começara na véspera, mas o protocolo americano exige que os eventos públicos da posse sejam adiados para segunda quando o dia 20 de janeiro é domingo.

No discurso diante do Capitólio, a sede do Congresso, Obama defendeu os direitos das mulheres, dos gays e, duas vezes, dos imigrantes, comparando suas demandas às do movimento pelos direitos civis nos anos 1960 (os EUA celebraram ontem o feriado de Martin Luther King).

Em contraste com a retórica de união da primeira posse, desta vez o democrata acenou à sua base eleitoral, insistindo na defesa de oportunidades iguais e reafirmando a importância das redes de amparo social, da regulação do sistema financeiro e do investimento em educação.

"Nós rejeitamos a crença de que os EUA precisam escolher entre cuidar da geração que construiu este país e investir na geração que construirá seu futuro", declarou.

O trecho, um dos mais aplaudidos, pareceu um recado à oposição, que insiste em cortar o orçamento de programas sociais para reduzir o crescente deficit do país.

No início do mês, sem consenso para avançar, presidente e Congresso fecharam um acordo diluído sobre o tema para evitar um gatilho de cortes e uma alta de impostos.

O tom de Obama ontem foi de urgência e de que muito falta a ser feito, com a afirmação de que o país "não pode arcar com os custos da demora" -outra alusão à oposição.

Mas foi, também, uma defesa de seus feitos no primeiro mandato -o discurso de um presidente que precisa consolidar seu legado e que foi reeleito com 51% dos votos em um ambiente político mais polarizado que o usual.

A crise econômica, evocada constantemente no discurso de 2009, desta vez foi tratada como passado, "uma recuperação em curso". O fim das guerras no Iraque e no Afeganistão, uma promessa há quatro anos, lembrado como uma meta cumprida.

Obama também usou um recurso retórico para defender a ideia de que a interpretação da Constituição e dos documentos de fundação dos EUA precisa ser renovada e readaptada ao presente.

A frase "Nós, o povo", que abre a declaração de independência dos EUA (1776), foi repetida pelo presidente cinco vezes no discurso, sempre com um significado novo.


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