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Netanyahu enfrentará dilema pós-eleição

Aliados naturais do favorito no pleito de hoje inviabilizariam acordo de paz com palestinos em futuro governo

Eventual aliança com a direita religiosa levaria a uma maioria automática, mas sob pressão internacional

MARCELO NINIO DE JERUSALÉM

Os israelenses vão hoje às urnas em uma eleição com vencedor antecipado, porém sem resultados óbvios.

Com a vitória assegurada, segundo as pesquisas, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, vai encarar um dilema cuja solução pode ser decisiva para Israel e ter forte impacto regional.

Um governo formado pelos aliados naturais da direita religiosa daria a Netanyahu uma maioria automática, mas enterraria as chances de um acordo com os palestinos e aumentaria a pressão internacional contra Israel.

Por outro lado, a inclusão de partidos de centro melhora a imagem externa de Israel -o problema é conciliar as agendas divergentes dos parceiros em potencial.

Para o cientista político Avraham Diskin, da Universidade de Jerusalém, "Bibi" Netanyahu fará tudo para evitar a primeira opção.

"Ele não gostaria de ser o elemento mais à esquerda de um gabinete sustentado pela direita", afirma Diskin. "Além disso, um governo moderado melhora a relação com o mundo e permite que ele tenha a opção de um acordo com os palestinos."

Sem um desafiante na centro-esquerda que ameace sua reeleição, Bibi voltou suas baterias contra a sensação da campanha, o líder ultranacionalista Naftali Bennett, veemente opositor de concessões aos palestinos.

Carismático e com história de sucesso no Exército e nos negócios, Bennett impulsionou o partido religioso nacionalista Bait Yehudi (Lar Judeu), roubando votos do Likud, partido de Bibi.

"Queremos fortalecer a tradição e os valores judaicos, sem imposição", disse Yaala, 23, ativista do Bait Yehudi, distribuindo panfletos no centro de Jerusalém.

"Bennett fala a verdade: os territórios não são ocupados. São do povo judeu há milhares de anos."

A retórica agressiva contra o processo de paz assusta até eleitores do Likud, um partido que sempre manteve uma posição dura em relação ao processo de paz. Netanyahu chegou a dizer que apoia a solução de dois Estados, mas pouco fez para promovê-la.

"Com a extrema direita no governo, Bibi ficará refém dos radicais e nunca haverá paz", diz o feirante Avraham Levy, 63, eleitor do Likud.

Embora temas socioeconômicos tenham dominado as promessas dos candidatos, depois de mobilizar o país no ano passado, a preocupação com a segurança continua sendo fator determinante.

Mesmo os partidos de centro com prioridades sociais fizeram questão de mostrar as credenciais militares de seus integrantes.

"Há ameaças reais, a segurança continua em primeiro lugar", diz o cientista político Yehezkel Dror. "Além do Irã, a Primavera Árabe deixou Israel cercado de instabilidade."

Segundo as últimas pesquisas, mesmo tendo encolhido após se unir ao partido ultraconservador Israel Beitenu, o Likud chegará em primeiro e terá a incumbência de formar o governo.

Um dos coringas da eleição é o ex-apresentador Yair Lapid, que fundou um partido de centro. Ele poderá ser o elemento moderado de que Bibi necessita.


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