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Eleição em Israel retira margem de manobra de premiê

Empate entre blocos de direita e esquerda nas eleições coloca sob ameaça a estabilidade do próximo governo

Com 99,5% das urnas apuradas, partido do atual primeiro-ministro conquistou 31 cadeiras no Parlamento de Israel

MARCELO NINIO DE JERUSALÉM

O empate entre os blocos de direita e esquerda na eleição israelense ameaça a estabilidade do próximo governo e reduz o espaço de manobra do premiê Binyamin Netanyahu, inclusive para um possível ataque contra o Irã.

Com 99,5% das urnas apuradas, o partido de Netanyahu, Likud Beitenu, foi o mais votado na eleição de anteontem, com 31 das 120 cadeiras do Legislativo. Mas a ambição do primeiro-ministro de montar um governo com ampla base parlamentar é missão quase impossível.

Surpresa da eleição, o ex-apresentador de televisão Yair Lapid tornou-se o fiel da balança depois que seu partido, o recém-criado Yesh Atid (Há Futuro), conquistou 19 cadeiras, a segunda maior bancada no Parlamento.

Embora o partido de Lapid tenha triunfado com uma campanha centrada em temas domésticos, sua presença no gabinete daria um tom mais moderado em assuntos externos e de segurança, como a relação com os palestinos e o plano de atacar o Irã.

Em meio à serie de especulações envolvendo a montagem do próximo governo, a mais insistente colocava Lapid como forte candidato a ministro do Exterior.

Akiva Eldar, analista político do portal "Al Monitor", lembra que o partido de Lapid, embora de centro, tem deputados claramente identificados com a esquerda.

Por isso, ele considera improvável uma parceria de Lapid com um partido de extrema direita como o Bait Yehudi, a outra sensação da eleição, que rejeita um Estado palestino e prega a anexação de 60% dos territórios ocupados.

União Europeia e EUA reagiram de forma parecida à eleição, enfatizando a expectativa de uma retomada da negociação com os palestinos, paralisada desde 2008.

Para o analista, o próximo gabinete terá uma base estreita e instável seja qual for a opção de Netanyahu: uma coalizão só com os aliados naturais dos partidos religiosos e de direita, ou uma coalizão com os partidos de centro.

Diante de tal fragilidade, o governo teria duração curta. "A situação lembra um pouco a Itália da época em que em todo ano era preciso convocar eleições", afirma Eldar.

Em discurso pouco após a eleição, Netanyahu disse que "o primeiro desafio continua sendo impedir que o Irã obtenha armas nucleares". Mas com um base parlamentar estreita, mesmo de aliados da direita, minaria a legitimidade da operação.

O empate de 60 a 60 entre blocos de direita e esquerda levou políticos de centro a sonhar com um bloco que impeça a reeleição de Netanyahu. Ontem, porém, Lapid descartou desafiar o premiê.

"Não vamos fazer um bloco com Hanim Zoabi", afirmou, em referência à controvertida deputada do partido árabe-israelense Balad, cujos três deputados seriam necessários para montar a aliança.


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