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Sucessor de Hillary prevê nova relação com Caracas

Em sabatina no Congresso, John Kerry aludiu a mudança no país caribenho

Eleito de Obama para chefiar diplomacia se mostrou confiante em resolver atrito com Irã por programa nuclear

LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

Piadas entre colegas e otimismo sobre a relação com o Irã e com a Venezuela deram o tom da sabatina do senador democrata John Kerry, indicado para suceder Hillary Clinton no Departamento de Estado, pela comissão de Relações Exteriores do Senado.

Kerry, um veterano da Guerra do Vietnã e candidato à Presidência derrotado em 2004, atualmente preside o comitê, o qual integra há quase três décadas.

Após uma sabatina sem sobressaltos, ele recebeu dos colegas a promessa de que terá seu nome confirmado na chefia da diplomacia americana em "poucos dias" -alívio para o presidente Barack Obama, que enfrentou resistência com outros nomes.

Falando em termos gerais durante a audiência, o senador de Massachusetts de 70 anos fez acenos de distensão a governos considerados hostis pelos Estados Unidos.

"Dependendo do que acontecer na Venezuela, pode haver uma oportunidade real de transição lá", afirmou, sem elaborar, em alusão ao Estado de saúde do presidente Hugo Chávez, afastado do poder desde dezembro.

Falando de outros países da região, como Bolívia e Equador, Kerry citou a Colômbia, que há anos mantém uma parceria de segurança com os EUA para lidar com o narcotráfico e a guerrilha.

"[É um] exemplo para o resto da América Latina do que a espera caso possam induzir as pessoas a fazerem escolhas melhores", afirmou.

O senador, filho de um diplomata, prometeu ainda continuar buscando uma saída diplomática para o dilema nuclear iraniano (Teerã afirma que seu programa é pacífico, mas, sem inspeções, Washington e outras potências temem que seja bélico).

Mas advertiu: "Vou trabalhar para dar à diplomacia todas as chances de funcionar, mas ninguém deve entender errado nossa determinação de reduzir a ameaça nuclear".

Como esperado, o senador defendeu as políticas de Obama para a Síria e para a Líbia, criticadas pela oposição, chamando-as de adequadas e, no segundo caso, "espertas".

Instigado pelo republicano Rand Paul, Kerry afirmou ainda, aludindo ao caso líbio, que há ocasiões em que a decisão unilateral do presidente de entrar em um conflito é "justificável" e que nem sempre é possível esperar pelo aval do Congresso, rechaçando comparação com a Guerra do Vietnã (1955-1975), da qual foi proeminente crítico.

Kerry, de família afluente e casado com a milionária moçambicana-americana Teresa Heinz (dona dos ketchups Heinz), ressaltou ainda o peso da economia nas relações exteriores e afirmou ser importante para os EUA mostrar aos demais países sua capacidade de lidar com seus problemas fiscais.

Ontem, Obama anunciou para presidir a SEC, a comissão de valores mobiliários, a ex-procuradora Mary Jo White. Analistas que esperavam um nome ligado a Wall Street ficaram decepcionados.


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