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Ideia era rejeitada por árabes antes de 1947

EM SÃO PAULO

Com uma área total de 26 mil km², pouco mais extensa que Sergipe, a Palestina do mandato britânico, cuja partilha foi decidida pela ONU em 1947, há tempos é vista como insuficiente para abrigar dois Estados.

Em seu livro mais recente, "One State, Two States" (um Estado, dois Estados), o historiador israelense Benny Morris relembra os esforços de ativistas sionistas antes da criação de Israel em favor de um Estado binacional.

A proposta, que hoje é contemplada por ativistas palestinos, foi categoricamente rejeitada pelas lideranças árabes da época.

Na transição entre o império otomano e o mandato britânico, relata Morris, as principais correntes sionistas vislumbravam o futuro Estado judeu se estendendo por toda a Palestina histórica.

"Tanto o movimento nacional judeu-sionista criado em 1880 como o movimento nacional árabe-palestino nascido nos anos 20 inicialmente queriam soberania para seus povos em todo o território", escreve Morris. "Essa era a principal meta de ambos os movimentos."

Na década de 20, alguns intelectuais sionistas de esquerda embarcaram numa campanha infrutífera em favor do binacionalismo como melhor forma de conciliar as aspirações de árabes e judeus na Palestina.

O principal grupo dessa corrente era o Brit Shalom (pacto da paz, em hebraico), que propunha um Estado "com base na igualdade de direitos políticos para as duas nações" -apesar de, na época, haver 800 mil árabes para apenas 160 mil judeus na Palestina.

Um dos simpatizantes do projeto binacional era o filósofo Martin Buber, que imigrou da Alemanha para a Palestina em 1938.

Numa reflexão que se revelaria profética, Buber temia que a criação do Estado judeu levasse a uma guerra de várias gerações e a um país militarizado. "Não quero ser cidadão de um Estado assim", declarou.

Em seu livro, Morris chega a uma conclusão sombria sobre o futuro dos dois Estados e culpa os palestinos.

"No final das contas, ambos os lados do movimento palestino, fundamentalistas e seculares, estão interessados no domínio muçulmano sobre toda a Palestina, sem Estado judeu e sem partilha", disse em entrevista recente ao jornal "Haaretz".


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