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Presidente aprendeu quéchua com índios

DA ENVIADA A QUITO

Numa das publicidades da campanha, Rafael Correa deixa a faixa presidencial de lado e percorre, de bicicleta, o centro colonial de Quito, as estradas e o litoral do país.

A imagem de presidente atlético e explosivo nos discursos contrasta com a cena final do spot, em que conversa em quéchua (língua indígena), numa modesta casa serrana.

Seus opositores o acham autoritário, seus apoiadores acham que ele resolve problemas do país adiados por mais de uma década.

"Por um lado, ele é demagogo e populista. Por outro, tecnocrata. Ou seja, a imagem que irradia é dúbia, complexa", diz um jornalista oposicionista que não quis se identificar.

O analista político Simon Pachano concorda. "É uma combinação de líder carismático com tecnocrata, associado à ideia de eficiência em resolver problemas."

Correa, 49, não veio da política. Sua origem são grupos religiosos dos quais fez parte quando jovem e a academia, na qual conta a passagem pela Europa e pelos EUA. De volta, estudou quéchua com indígenas, junto a um militante da Teologia da Libertação.

Casado há 20 anos com a belga Anne Malherbe, com quem tem três filhos, Correa disse que a adaptação entre culturas não foi fácil. "Lá, é preciso superar o sexismo e o machismo, tão comuns aqui", confessou a um jornal local.

Para Pachano, a fraqueza de Correia é a política propriamente dita. "Ele não a vê como espaço de debate, e sim de enfrentamento. Nesse sentido, está mais identificado a Cristina Kirchner do que a Dilma."

O estudioso, porém, recusa o vínculo que a imprensa estrangeira faz entre ele e Hugo Chávez. "Sua formação é muito melhor, e ele não faz o uso da ideologia como Chávez."

Correa foi ministro da Economia em 2005. Na época, definia postura dura diante do Fundo Monetário Internacional (FMI). Sua candidatura, em 2006, beneficiou-se do desgaste dos partidos tradicionais, que deram lugar a partidos ligados às minorias.

Em 2008, reformou a Constituição e revalidou o cargo em 2009. Depois de deixar o poder, quer voltar à Bélgica e aposentar-se.

Analistas dizem que seu deslocamento para o centro o fez perder votos, mas acabou ganhando eleitores na classe média. Avesso a entrevistas, ele costuma falar mais a meios que o apoiam. Tem espaço na TV, em que defende suas linhas de governo.


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