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Zona do euro terá contração em 2013
Relatório revisa estimativas, apontando que as economias que usam a moeda única devem encolher 0,3%
Outra notícia negativa para a Europa foi o rebaixamento da nota de crédito do Reino Unido pela Moody's
A Comissão Europeia divulgou ontem relatório revisando suas previsões de crescimento do PIB para a região.
Após ter estimado que a zona do euro cresceria 0,1% neste ano, a União Europeia estima que os 17 países que usam a moeda encolham 0,3%.
O PIB dos 27 países que integram o bloco, por sua vez, deve crescer 0,1%, em vez do aumento de 0,4% que havia sido previsto anteriormente.
Se de fato ocorrer, essa será a segunda contração anual consecutiva da economia da região -e a terceira durante os últimos cinco anos.
Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, vinha afirmando nos meses recentes que o conjunto dos países que compartilham a moeda única iria se recuperar no segundo semestre deste ano. No entanto, notícias sobre o crescimento e cortes fiscais mudaram o cenário.
A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, critica em seu relatório a falta de empréstimos bancários e as taxas de desemprego, para justificar o atraso na recuperação do bloco.
O desemprego na zona do euro deve atingir os 12% neste ano, o equivalente a mais de 19 milhões de pessoas.
As estimativas do bloco dão sinais do distanciamento entre Alemanha e França, as duas maiores economias da zona do euro. Enquanto o país germânico deve crescer 0,5% em 2013, o rival deve ter aumento de 0,1% em seu PIB.
O desemprego, por sua vez, deve ser de 10,7% para França e de 5,7% para Alemanha. Para Marco Buti, diretor da comissão, essas taxas estão "inaceitavelmente altas" e terão "graves consequências sociais", minando o crescimento econômico no futuro.
Como a zona do euro é hoje o maior parceiro comercial do Reino Unido, as estimativas divulgadas ontem terão graves consequências para as finanças britânicas, já que o país aposta na exportação para recuperar a economia.
Também ontem, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota do Reino Unido, que perdeu sua avaliação máxima de "AAA".
Apesar dos resultados ruins, a Comissão Europeia afirma que o pior da crise já passou, tendo como base o aumento das exportações e a recuperação do consumo.
Economistas apontavam, ontem, que as previsões nefastas do órgão europeu podem levá-lo a diminuir a pressão por mais austeridade nos países do bloco econômico. A comissão é parte do grupo de credores internacionais.